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 O Movimento Pentecostal no Brasil

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Marllington Klabin Will
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MensagemAssunto: O Movimento Pentecostal no Brasil   O Movimento Pentecostal no Brasil Empty12/28/2007, 14:50



O MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL


Breve Análise Histórica do Movimento Pentecostal e as Principais Razões para Seu Crescimento no Brasil

Por Prof. Edilson Valiante

  Síntese: Neste artigo são revistos os mais significativos marcos do movimento pentecostal no Brasil através de uma resenha histórica das igrejas mais representativas. A seguir são analisadas algumas das possíveis razões psicorreligiosas, econômicas e políticas para o crescimento considerável do carismatismo autóctone. Por fim, busca-se uma compreensão escatológica quanto a “explosão” do pentecostalismo em nossos dias.


INTRODUÇÃO

  Todo o cristianismo parece sentir a necessidade de ser repensado diante da explosão das “religiões do Espírito”, com uma capacidade invejável de influenciar e mobilizar as massas. [1] De um singelo culto de ação de graças regado por manifestações glossolálicas realizado na viragem do século, sob a liderança de Charles Parham na presença de alguns de seus alunos na Escola Bíblica Bethel, em Topeka, KA, para um movimento considerado como a terceira grande força da história da igreja, [2] o crescimento do pentecostalismo, especialmente no Brasil, tem desafiado a certeza histórica do protestantismo tradicional e até da própria Igreja Católica Romana. [3] Seu crescimento extraordinário tem despertado interesse e questionamentos até em alguns círculos adventistas. Teríamos chegado, como insistem os pentecostais, à Era do Espírito? [4]

  Neste artigo apresentaremos, em primeiro lugar, um sumário do desenvolvimento histórico das igrejas pentecostais mais significativas no Brasil. Depois, faremos uma análise dos possíveis fatores que contribuíram para o crescimento desta recente manifestação de espiritualidade cristã. Por fim, faremos uma breve avaliação crítica, tendo como base o pensamento escatológico da Igreja Adventista do Sétimo Dia.


DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

  O movimento pentecostal moderno deve seu surgimento e institucionalização à influência do pregador reavivamentista americano Charles Finney que, junto com o Movimento de Santidade (Holiness Moviment), promoveram a idéia de que o verdadeiro cristão deveria passar por uma experiência subseqüente à conversão, chamada de “batismo do Espírito Santo”. Pouco tempo mais tarde, esta experiência é identificada com o “falar em línguas” do Pentecostes de Atos 2. Tal manifestação especial, às vezes considerada como a segunda ou até como a terceira bênção, tornou-se a base do movimento iniciado por William J. Seymour que, a partir de 1906, torna famosa a antiga Igreja Metodista Episcopal Africana da Rua Azuza, 312, em Los Angeles, agora sob o nome de Igreja da Fé Apostólica. [5]


  I. PRIMERIA ONDA

  Embora o movimento iniciado por Seymour deva ser reconhecido como precursor de uma tendência religiosa que se espalhou pelo mundo, tendo como base o “dom” glossolálico enquanto evidência da plenitude do recebimento do Espírito Santo, foi a igreja do pastor batista W. H. Durham, em Chicago, que serviu como principal protagonista para o estabelecimento das duas primeiras igrejas pentecostais no Brasil: a Igreja Assembléia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil. [6]


—> Assembléia de Deus

  Daniel Berg e Gunnar Vingren, os fundadores da Igreja Assembléia de Deus no Brasil, eram dois operários suecos que imigraram para os EUA no início do século. Berg logo entrou em contato com a igreja de W. H. Durham, sendo pouco tempo mais tarde “batizado com o Espírito”. Vingren, por sua vez, chega a estudar num seminário batista de origem sueca, mas em 1909 também recebe o “o dom de línguas”. Os amigos Berg e Vingren se encontravam em visita a Adolfo Uldin, em South Bend, IN, quando tiveram a “revelação” de que deveriam pregar no “para”. Com o auxílio de um mapa-múndi, acharam o Estado do Pará, no Brasil, e reconheceram que seria este o seu território missionário. Buscaram recursos financeiros e em seguida viajaram para o Brasil, saindo de Nova York em 5 de novembro de 1910. [7]

  Berg e Vingren chegaram a Belém ainda no final de 1910 e logo se hospedaram numa igreja batista pastoreada por Euric Nelson, também de origem sueca. Ali, iniciaram a expor suas idéias “pentecostais”, despertando, naturalmente, séria oposição. Em conseqüência, foram desligados da igreja em 13 de junho de 1911 com outros 18 adeptos. Assim, com este pequeno grupo, em 1911, em Belém do Pará, é fundada a Igreja Assembléia de Deus no Brasil. [8]

  A expansão das Assembléias de Deus se deu, em primeiro lugar, nas regiões Norte e Nordeste, chegando a São Paulo somente em 1927. Por volta de 1930, eram já cerca de 15 mil membros no Brasil. Com o crescente fenômeno de urbanização proletária ocorrido nas grandes cidades, a igreja se desenvolveu consideravelmente. Hoje, de acordo com a Associação Evangélica Brasileira, são cerca 15 milhões de fiéis. No entanto, estimativas mais conservadoras apontam para um número que não ultrapassa os sete milhões de membros praticantes. Com a ascensão social de muitos de seus membros, ocorreram mudanças significativas em vários dos costumes tradicionais da igreja, tais corno: a proibição da TV, rádio, cinema e o uso de vestimentas “indecorosas”. [9]

  As Assembléias de Deus estão organizadas em uma Convenção Nacional que sofre limitações administrativas decorrentes do congregacionalismo. Mesmo assim, existe uma hierarquia institucional gestada por pastores. A divisão em ministérios regionais semi-autônomos, como por exemplo o do Belém, de Santos e de Madureira, lembra o sistema administrativo presbiteriano. Hoje, possuem uma série de institutos bíblicos (seminários) e uma editora de renome, a Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD). [10]


—> Congregação Cristã no Brasil

  A origem da Congregação Cristã no Brasil é, em muitos aspectos, semelhante à da Assembléia de Deus. O fundador da igreja é também um imigrante, o ex-católico italiano Luigi Francescon que, logo após chegar aos EUA, também na região de Chicago, converteu-se ao presbiterianismo. De igual modo, após assistir a reuniões na igreja de W. H. Durham, recebe o “dom de línguas”, em 25 de agosto de 1907. Movido pelo sentimento missionário, viajou primeiramente para Buenos Aires, depois para Santo António da Platina, PR, e finalmente para São Paulo, onde acabou se estabelecendo, em 1909, no bairro do Brás.

  Francescon agregou-se a uma igreja presbiteriana de origem italiana. Mas, após envolver-se em vários atritos e divergências com os líderes dessa igreja por causa da singularidade das idéias que defendia, é finalmente expulso. Logo depois, funda sua própria igreja, em setembro de 1910, com uns poucos seguidores. [11]

  A Congregação Cristã manteve seus cultos em italiano por vários anos, com membros concentrados especialmente nos estados de São Paulo e Paraná. Contudo, com a chegada da mão-de-obra nordestina à capital paulista a partir da década de 1950, a Congregação passa por um crescimento numérico considerável. Por causa da “proibição bíblica” de não se contar o “povo de Deus”, a Congregação não mantém registros de seus membros, mas calcula-se que passem hoje de um milhão.

  Como decorrência da origem presbiteriana de seu fundador, a Congregação Cristã conserva a doutrina reformada da predestinação. Assim, só os “eleitos, verdadeiros chamados”, permanecem na igreja. Não fazem campanhas evangelísticas, não são feitos apelos à conversão, nem mesmo uma declaração de fé antes do batismo. No sétimo item dos “Pontos de Doutrina e da Fé que uma Vez Foi Dada aos Santos”, as crenças fundamentais da igreja, está definido o caráter pentecostal do movimento: “Nós cremos no batismo do Espírito Santo como evidência de novas línguas, conforme o Espírito Santo concede que se fale.”

  A Congregação Cristã impõe, ainda hoje, um código de comportamento ético razoavelmente rigoroso a seus membros, incluindo a maneira de se trajar. Adotam, de modo peculiar, a prática do ósculo santo, o uso do véu pelas mulheres e as orações são feitas todas de joelhos. Ao contrário do que se imagina, possuem um culto ordenado, com a valorização da música congregacional e instrumental. Seguem estritamente o manual de procedimentos internos, intitulado “Reuniões e Ensinamentos”. [12]

  Embora não possuam pastores assalariados e neguem a existência de hierarquia, a Congregação Cristã possui uma administração central. A uniformidade doutrinária é mantida por uma Assembléia anual dos seus obreiros (anciãos voluntários), no templo sede, no bairro do Brás, em São Paulo. Publicam apenas um relatório ou circular bimestral e não recomendam a leitura de nenhuma literatura religiosa, com exceção da Bíblia (na versão Almeida Revista e Corrigida). Esta prática caracteriza uma cultura religiosa de transmissão semi-oral.

  No início da década de 1970, com sua expansão para outros países latino-americanos, deixou de ser a Congregação Cristã “do Brasil” para ser “no Brasil”. Como destaque, observa-se que a maioria de seus templos seguem um padrão arquitetônico, que inclui identificação, cor, estilo de janelas e até sistema de iluminação interna. António G. Mendonça considera a Congregação como a primeira igreja pentecostal legitimamente brasileira. [13]

[CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO QUADRO]


Última edição por em 12/28/2007, 15:09, editado 4 vez(es)
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MensagemAssunto: CONTINUAÇÃO   O Movimento Pentecostal no Brasil Empty12/28/2007, 14:51

[CONTINUAÇÃO DO QUADRO ANTERIOR]

  II. SEGUNDA ONDA

  Enquanto que as igrejas da primeira onda colocam ênfase na prática glossolálica, as igrejas da “segunda geração”, também identificadas como neopentecostais, vão incorporar um caráter mais eclético, tanto em termos de origem quanto de prática carismática. Esta diversidade torna mais complexa a caracterização deste segmento.

  Quanto à origem, essas igrejas não são diretamente oriundas dos círculos de santidade da viragem do século nos EUA, mas da influência do “reavivamento” pentecostal sobre o protestantismo tradicional. Assim, ramos das igrejas históricas passam a experimentar e a assimilar o “gozo dos dons espirituais”, resultando em cisões inevitáveis. Com isto, metodistas, episcopais, presbiterianos e até adventistas passam a ter suas consortes pentecostais. São as chamadas igrejas “renovadas”, “independentes”, etc.

  Como parte da segunda onda também podem ser identificadas uma quantidade considerável de igrejas com lideranças autóctones e até particulares, onde indivíduos, autodenominados pastores, passam a ser “donos” de igrejas. Muitas destas novas igrejas são decorrentes de divisões ocorridas dentro do próprio movimento pentecostal. [14]

  O aspecto mais evidente, contudo, desta segunda onda é a ênfase colocada na manifestação do miraculoso, em particular, o dom da cura. Isto não quer dizer que não se “fale” mais em línguas, mas que a característica mais evidente da manifestação carismática está nos “sinais” e milagres. Merecem considerações históricas os seguintes movimentos neopentecostais: Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”, Igreja Pentecostal “Deus é Amor” e Igreja Adventista da Promessa.


—> Igreja do Evangelho Quadrangular

  A Igreja do Evangelho Quadrangular foi fundada por Aimee Semple McPherson, canadense de formação metodista. Após sua “conversão” ao pentecostalismo, teve uma experiência de cura na igreja de W. H. Durham, em Chicago. Movida pelo espírito missionário foi para a China, de onde volta para formar sua própria igreja, em Los Angeles, em 1923, cuja ênfase está na cura divina. O nome do movimento, bem como sua bandeira, vem de uma “visão” ocorrida em 1922, em Oakland, onde a sra. McPherson teria entendido o ministério de Jesus como sendo quádruplo: Jesus salva (vermelho), Jesus batiza no Espírito Santo (amarelo), Jesus cura (azul) e Jesus volta (marrom). [15]

  Dois pregadores da Igreja Quadrangular, Harold Williams e Raymond Bootright vieram ao Brasil como missionários para realizarem uma intensa investida evangelística em tendas, cujo nome era “Cruzada Nacional de Evangelização”. Sua primeira campanha foi em São João da Boa Vista, SP, em 1951. Algumas igrejas presbiterianas independentes abriram suas portas para esta evangelização, servindo de base para a institucionalização da Igreja Quadrangular no Brasil, em 1953. O movimento chega à cidade de São Paulo, em 1962, sob a liderança do missionário Faulkner. Hoje, o estado com maior atividade da Igreja Quadrangular é Minas Gerais.

  Centrada na cura divina, esta igreja pentecostal teve grande penetração entre membros das igrejas evangélicas tradicionais. Nota-se, contudo, que tendo perdido seu ímpeto evangelístico de “cruzada”, tornou-se uma igreja institucionalizada dependente de recursos financeiros e liderança dos EUA. Como a maioria dos que freqüentam estas igrejas vêm à procura de uma “bênção” ou cura, e não necessariamente com a intenção de filiar-se a um corpo doutrinário, o movimento evidencia uma considerável fluidez de membros. [16] Tal fator diferencia o Evangelho Quadrangular das outras duas igrejas já citadas, mas a iguala às que ainda serão analisadas.

  Do ponto de vista administrativo, a igreja mundial (internacional) está organizada em conselhos nacionais de diretores. Estes estão subdivididos regionalmente em coordenadorias (12 no Brasil), e daí em distritos, a exemplo da Igreja Metodista, Luterana e Adventista. De acordo com sua secretaria-geral, a Igreja do Evangelho Quadrangular tinha no Brasil, em 1999, 6.022 igrejas e 3.923 congregações, abrigando um total de dois milhões de membros, liderados por 16 conselheiros (reverendos), 462 supervisores e 17.452 pastores. Possui, ainda, oito emissoras de rádio e 205 Institutos Bíblicos (seminários de característica leiga). O periódico oficial da igreja é intitulado “Chamada da Meia-Noite”. A presença política do movimento é marcada, nesta legislatura, com dois deputados federais (um deles, o deputado Mário de Oliveira, é o presidente do Conselho Nacional) e outros quatro deputados estaduais. [17]


—> Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”

  O fundador da Igreja “O Brasil para Cristo” foi o ex-pedreiro pernambucano Manoel de Mello. Teve suas primeiras experiências pentecostais na Assembléia de Deus, onde foi ordenado pastor. Mello destacou-se por possuir uma pregação direta e contagiante, dirigida particularmente às classes populares. Desligado da Igreja Assembléia de Deus, tornou-se pastor da “Cruzada”, indo com sua tenda, de lugar a lugar, realizando seções de curas carismáticas. Percebendo suas qualidades pessoais e a facilidade com que atraía o público, deixa, em 1955, a Igreja do Evangelho Quadrangular para fundar seu próprio movimento. “O Brasil para Cristo” surge nos moldes de outros movimentos pentecostais autóctones como, por exemplo, o chileno (“Chile para Cristo”). Como seria natural, em termos de doutrinas básicas, este movimento possui muitas semelhanças com as igrejas onde Mello serviu como pastor. [18]

  Em 1956, Mello iniciou seu famoso programa “A Voz do Brasil para Cristo”, na então Rádio Piratininga. O programa foi pioneiro no mundo pentecostal que, a partir de então, não poupa a exploração dos veículos de comunicação de massa na propagação de suas mensagens.

  Nos mesmos moldes da “Cruzada”, a prática comum do “Brasil para Cristo” era, a princípio, a utilização de tendas e galpões. O primeiro “tabernáculo” foi construído apenas em 1958, na Av. Álvaro Ramos, São Paulo, sendo logo depredado por “inimigos”. Vários lugares foram usados, então, para servir como referência e ajuntamento dos fiéis seguidores de Mello. Até que foi construído, no bairro da Pompéia, São Paulo, o templo-sede, que na época era a maior igreja na América Latina, com capacidade para dez mil pessoas. A pedra fundamental foi colocada em 1962. Mas o templo demorou 18 anos para ser construído. Hoje, encontra-se parcialmente alugado e está em situação precária.

  Mello logo ligou seu movimento ao Conselho Mundial de Igrejas. Sua tendência ecumênica o levou a participar na celebração do sepultamento do jornalista Vladimir Herzog. Melo foi o primeiro líder pentecostal a empenhar-se pessoalmente na política partidária, conseguindo eleger alguns de seus pastores como deputados estaduais e federais pelo então partido de oposição ao regime militar, o MDB. Em 1982, fez campanha aberta, agora, já no PDS, procurando eleger seu filho como vereador. Neste esforço, usou seu programa de rádio e as igrejas como palanque, mas não obteve vitória.

  Com a morte de Manoel de Mello em 1990, o movimento ficou sob a coordenação de seu filho Paulo Lutero. Hoje, “O Brasil para Cristo” não possui mais o vigor dos primeiros anos, mas diz contar ainda com cerca de 500 mil membros e 1.500 igrejas. Nas décadas de 1950 e 1960, no apogeu do movimento, chegou a atingir cerca de dois milhões de adeptos. As deserções mais significativas da igreja foram as de Davi Miranda e Doriel de Oliveira, este último, fundador da “Casa da Benção”. [19]


—> Igreja Pentecostal “Deus É Amor”

  A Igreja Pentecostal “Deus E Amor” foi fundada em São Paulo, em 3 de junho de 1962, pelo “missionário” Davi Miranda, cunhado de Manoel de Mello.

  Baseada na idéia da cura divina, esta igreja difundiu-se rapidamente na década de 1980 nas regiões pobres, de periferia. E chamada de “religião da aflição”. Com um sistema litúrgico bastante desorganizado, a “Deus É Amor” foi a primeira a transformar grandes galpões fabris abandonados e cinemas decadentes em igrejas adaptadas, como a do Parque D. Pedro, em São Paulo, onde fica a sede nacional do movimento, e um enorme salão existente ao lado da Estação Rodoviária de Porto Alegre. Hoje, a “Deus É Amor” encontra-se em crise, e Davi Miranda responde a vários inquéritos por desvio de divisas para o exterior. Sofre também grande concorrência de igrejas pentecostais mais organizadas e com maior poder na mídia.


—> Igreja Adventista da Promessa

  O movimento pentecostal Adventista da Promessa foi fundado por João Augusto da Silveira. Enquanto adventista do sétimo dia, Silveira foi por alguns anos colportor, chegando mesmo a trabalhar no escritório da Missão Nordeste, em 1932. Sentindo-se preterido à ordenação ao ministério (na época era costume ordenar dedicados colportores e obreiros), ficou inconformado e acabou por ser demitido pela Missão. Ao abandonar a Igreja Adventista, passou a freqüentar a Assembléia de Deus, onde pregava a mensagem do sábado. Por este motivo, foi expulso, mas, nesta altura, já havia “recebido o dom de línguas”. Funda, assim, em Recife, a Igreja Adventista da Promessa, cujas características mais evidentes são a guarda do sábado, o dom glossolálico e o dom de cura. Embora não creiam em Ellen G. White com o mesmo zelo que os adventistas do sétimo dia, usam seus escritos em suas publicações.

  Um dos momentos mais desastrosos dos adventistas da promessa se deu quando um grupo de fanáticos provocou a morte de uma criança, na busca da expulsão dos seus “maus espíritos”. Isto ocorreu na cidade de Malacacheta, Minas Gerais, na década de 1950.

  No manual de fé e prática da Igreja Adventista da Promessa, elaborado por um dos seus mais destacados líderes, Genésio Mendes, assim é definido o dom de línguas:
      “O dom de línguas é também uma concessão do Espírito Santo. Embora ser o dom mais combatido hodiernamente, foi muito aceito e exercitado pela Igreja primitiva. Esse dom, como espiritual, é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo. Em todos os casos referidos na Bíblia, encontra-se em pleno uso e vigor o dom de línguas, Atos 2:4; 10: 44–46; 19:6; 1 Coríntios 14. Segundo as manifestações e a declaração paulina, era e continua sendo línguas estranhas, ou desconhecidas a todo e qualquer vivente, a menos que haja a interpretação, pelo dom de intérprete. O dom de línguas é uma profecia, Isaías 28:11; Marcos 16:17, e é uma bênção ao crente que o recebe, pois ele fica edificado quando é usado pelo Espírito Santo, 1 Coríntios 14: 2, 5. O dom de línguas não pode ser classificado entre os dons naturais, isto é, entre as línguas idiomáticas, porque estas não são incompreensíveis a todo o homem, e se aprende em escolas, enquanto as línguas dom do Espírito Santo, são desconhecidas e estão classificadas entre os dons espirituais. Se é espiritual já não pode ser natural.” [20]
  Esvaziados também pela concorrência de igrejas pentecostais mais agressivas, a Igreja Adventista da Promessa nunca chegou a destacar-se como movimento pentecostal popular. Por muitos anos, seu principal “campo” missionário foram os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Possuem ainda hoje uma editora, chamada “A Voz do Cenáculo” que, além de publicar uns poucos livros para a colportagem, produz alguns folhetos e lições da Escola Sabatina.

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[CONTINUAÇÃO DO QUADRO ANTERIOR]

  III. TERCEIRA ONDA

  Nas últimas décadas surgiram igrejas pentecostais estruturadas com uma sofisticação institucional tal, que poderiam ser melhor definidas como empresas religiosas. Valendo-se da experiência de movimentos anteriores, nacionais e internacionais, estas igrejas se consolidaram a partir de uma intensa e impressiva exploração dos recursos de comunicação de massa, em especial a televisão.

  Do ponto de vista teológico, verifica-se outra mudança de estratégia: a promoção acentuada de práticas exorcistas, onde em grandes sessões de libertação, os “espíritos diabólicos” são expulsos. Assim, mais uma vez, ocorre uma alteração significativa no foco pentecostal. Primeiramente, estavam centrados no dom de línguas, depois, no dom da cura miraculosa e, agora, no exorcismo. Isto não quer dizer que estes elementos anteriores tenham sido rejeitados ou abandonados. Há apenas uma variação tática. Podemos destacar nesta terceira onda movimentos pentecostais como a Igreja da Nova Vida, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Cristã Apostólica Renascer em Cristo e a Igreja Internacional da Graça de Deus.


—> Igreja da Nova Vida

  O missionário americano Robert McAlister, outrora pregador da Igreja Assembléia de Deus e da Igreja do Evangelho Quadrangular, fundou seu próprio movimento pentecostal em 1960. O ponto de partida de McAlister foi um programa de rádio diário que mantinha, primeiramente em São Paulo e depois também no Rio de Janeiro. Para servir de sede da igreja, o autodenominado “bispo Roberto” alugou o auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio. Mais tarde, construiu uma sede própria no bairro de Botafogo. O edifício de sete andares é impressivo e luxuoso, contendo no andar térreo o templo, com poltronas especiais e ar condicionado, um luxo para os padrões brasileiros. Seu objetivo, a princípio, era atrair pessoas das classes média e alta. Hoje, no entanto, seus “tempios” não mantêm o mesmo requinte, nem o almejado padrão em termos de membros. Há uma concentração maior de igrejas no Estado do Rio de Janeiro.

  Os cultos da Nova Vida não possuem a explosão espontânea de palavras e gestos comuns em outras igrejas pentecostais. As atitudes são comedidas, embora haja lugar para orações espontâneas, proferidas em voz alta pelos fiéis. [21]


—> Igreja Universal do Reino de Deus

  Decididamente, a Igreja Universal do Reino de Deus é o expoente máximo do que pode ser chamado de “empresa religiosa”. A Universal tem como dono e fundador o também autodenominado “bispo” Edir Bezerra Macedo. Ex-funcionário da Loteria Esportiva no Rio de Janeiro, foi católico e depois umbandista. Após sua “conversão”, Macedo funda, em 1977, sua primeira igreja num enorme salão remodelado, onde outrora funcionara o serviço funerário, no centro do Rio de Janeiro. Com o crescimento da igreja, de forma estratégica, começa a alugar ou comprar salões, oficinas, fábricas e cinemas decadentes nos grandes centros urbanos, que agora estampam o inconfundível coração vermelho com uma pomba, ao lado da “expressão-slogan” da igreja: “Jesus Cristo é Senhor”. [22]

  A característica doutrinária principal da Igreja Universal é a guerra contra os cultos afro-brasileiros e o catolicismo popular, considerados como de origem demoníaca. Assim, os demônios ou orixás são a causa de todos os males, fome, sofrimentos e doenças. Crises, como o desemprego, a pobreza e os conflitos matrimoniais, seriam assim resultantes de possessões “inimigas” que elevem ser exorcizadas pela ação do “Espírito” que está sob o “manipular” direto do dirigente da sessão de libertação. Outro elemento sempre presente nos cultos da Universal é a ênfase exagerada na concessão de favores espirituais a troco de dinheiro — a “Teologia da Prosperidade” — uma exploração, às últimas conseqüências, cio chavão “é dando que se recebe”. [23] E muito comum em reuniões o leilão de orações, onde o que mais dá está sempre mais apto a receber as “bênçãos divinas”. O biótipo dos pastores da Universal é muito semelhante, o que denuncia um projeto de “marketing”, para que a mensagem da igreja seja facilmente identificada. [24]

  A Igreja Universal tem sempre tentado “medir” seu poder religioso, ora com a Igreja Católica Romana, ora com o império Globo. Na “sexta-feira santa” de 1991, Edir Macedo mostrou pela primeira vez sua força ao lotar o Estádio do Maracanã com seus adeptos prontos a receber curas e libertações demoníacas. De lá para cá, Macedo tem demonstrado cada vez mais poder, não recuando diante dos ataques do Ministério Público (chegou a ser preso por algumas semanas em 1992), da Receita Federal, e de outras instituições concorrentes. Em 1994, reuniu mais de 400 mil pessoas no Aterro do Flamengo num gesto político intitulado “o Clamor da Nação”, contra a candidatura de Lula. [25] No mesmo local, o Papa, em 1997, chegou a reunir um número inferior de fiéis. No episódio da Semana Santa de 1996, o caso do “chute na santa” mobilizou milhares de fiéis em várias capitais brasileiras numa manifestação aberta, atestando seu poder mobilizador de massas.

  Hoje, a Igreja Universal possui mais de oito mil igrejas no Brasil, duas mil em países da América Latina, e mais de sessenta nos principais países do mundo. Só nos EUA, Inglaterra, França e África do Sul são cerca de 870 templos. Agora, não apenas alugam ou compram antigos salões, mas constroem imensos “monumentos”. Planejam construir dezenas de templos com mais de cinco mil lugares nas próximos anos, como a “Catedral da Fé” na Av. João Dias, em Santo Amaro, São Paulo, e a famosa catedral para onze mil pessoas em Del Castilho, Rio de Janeiro. Macedo controla hoje mais de 80 empresas, sendo 50 emissoras de rádio, três redes de TV abertas (Record, Família e Mulher — com cerca de 20 emissoras) e no mínimo dois jornais. De acordo com as estatísticas da Universal, o número de freqüentadores, no Brasil, está na casa de oito milhões, onde cerca de 40% são considerados fiéis. Outros quatro milhões de adeptos estão no exterior. A circulação de dinheiro nas “empresas” passa da casa de 1,5 bilhão de dólares por ano. Operando num esquema administrativo de semi-franquia, a igreja possuía em 1999 cerca de 250 bispos e mais de 20 mil pastores. [26]

  A representação política da Igreja Universal é considerável. Nesta legislatura, possuem 18 deputados federais e 26 estaduais. Em 1999, a Universal comprou uma fazenda no interior da Bahia com 400 hectares, chamada de Canaã, onde Macedo pretende instalar um mega-projeto agropecuário comunitário.

  Nota-se que Macedo já prepara o sucessor de seu império religioso, seu sobrinho, “bispo” Marcelo Crivella, líder carismático, missionário, eloqüente pregador e cantor (já gravou dez CDs, com milhões de cópias vendidas). [27]


—> Igreja Cristã Apostólica Renascer em Cristo

  A Igreja Cristã Apostólica Renascer em Cristo é uma tentativa de versão classe média da Igreja Universal. Estevam Hernandez, ex-diretor de “marketing” da Xérox do Brasil, tornou-se pastor da Igreja Pentecostal da Bíblia do Brasil. Após ter recebido um chamado para o “apostolado”, funda a Renascer, juntamente com sua esposa, “bispa” Sônia Hernandez.

  A sede nacional da Igreja Renascer localiza-se na Av. Lins de Vasconcelos, no Cambuci, São Paulo. Há no movimento uma valorização à música “gospel” e a reuniões específicas com empresários (AREPE). Marcam ainda a Igreja Renascer: os “points” de venda de produtos religiosos em cada igreja, as “Marchas para Jesus” (mobilizações de jovens contra as drogas), o projeto SOS Vida e o curso bíblico chamado de “Escola dos Profetas”. Boa parte do “marketing” da igreja está no slogan “Deus é Fiel”.

  Além de esposar as idéias básicas do pentecostalismo da terceira onda, uma característica marcante da Igreja Renascer é o apostolado, manifesto apenas em seu líder, o “Apóstolo” Estevam. A Renascer possui também um considerável envolvimento na mídia, chegando a pretender comprar a ex-rede Manchete de TV. Pertencem à igreja algumas, emissoras de rádio, entre elas, a Rádio Manchete FM 91.3, em São Paulo.

  Seguindo o mesmo perfil da Igreja Universal, o movimento Renascer está totalmente centralizado do ponto de vista administrativo no “dono”, o apóstolo Estevan. A igreja funciona como se fosse uma empresa, onde alguns dos serviços estão terceirizados a pessoas não necessariamente pertencentes ao quadro de fiéis, como por exemplo o serviço de relações públicas. Há, contudo, uma coordenadoria estadual de bispos. No fim de 1999, quatro bispos abandonaram a Renascer para fundarem suas próprias igrejas. [28]


—> Igreja Internacional da Graça de Deus

  A Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) foi estabelecida em 20 de agosto de 1980 por seu “presidente vitalício”, o autodenominado missionário Romildo Ribeiro Soares, no Rio de Janeiro. O advogado R. R. Soares teve formação batista e iniciação pentecostal na Igreja Nova Vida, de onde saiu para criar sua própria igreja.

  Este movimento pentecostal não possui o mesmo vigor impactuante da Igreja Universal, mas tem apresentado um desenvolvimento considerável entre as classes mais populares, graças ao uso constante da TV (especialmente na rede CNT-Gazeta), em programas-sermão proferidos pelo próprio fundador. Um dos destaques deste movimento encontra-se num culto cie cura e exorcismo (de libertação), onde são distribuídos os “sabonetes de purificação”.

  A IIGD possui igrejas maiores nas grandes cidades e salões de reuniões em cidades menos populosas. Enquanto que a Igreja Universal procura localizar suas igrejas no centro das cidades, R. R. Soares prefere abrir seus locais de culto, verdadeiras garagens, nas periferias urbanas. Hoje, a IIGD marca sua presença também no exterior, com igrejas no Uruguai e Portugal. [29]

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MensagemAssunto: CONTINUAÇÃO   O Movimento Pentecostal no Brasil Empty12/28/2007, 14:55

[CONTINUAÇÃO DO QUADRO ANTERIOR]

PRINCIPAIS RAZÕES PARA O CRESCIMENTO DO MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL

  A complexidade do fenômeno pentecostal torna impossível a tarefa de alinhar todas as possíveis razões de seu crescimento, ainda mais quando reconhecemos que existem relações causais de interdependência e interpenetração. Além disso, o estudo transpassa o campo meramente religioso, tornando obrigatória uma reflexão interdisciplinar, em áreas como psicologia, história, política e economia.


—> Razões Psicorreligiosas

  Tanto o catolicismo romano como o protestantismo histórico tenderam, de forma até inconsciente, à paulatina erradicação de elementos mais contemplativos e emocionais nas suas práticas religiosas. Esta sublimação do místico, tão necessária à experiência pessoal de alguns, começou a ser resgatada pelos movimentos de reavivamento e santidade no século XIX, em atitude francamente contrária à frieza institucional. Estava aberto o caminho para o surgimento de fenômenos espirituais espontâneos como os observados hoje no movimento pentecostal.

  Pode-se considerar, em primeiro lugar, que as igrejas pentecostais surgiram como uma reação diante da incapacidade das igrejas tradicionais de se tornarem menos estáticas. Ativeram-se, quase que exclusivamente, com a racionalidade do religioso e perderam os elementos “espirituais”. Assim, o surgimento do movimento pentecostal significa, em certo sentido, a recuperação do místico, do emotivo na vida religiosa. Deus não é um Ser distante, coberto de racionalidade, mas é pessoal e atua diretamente no ser humano. Esse formato de religiosidade, mais próximo das emoções do que do credo, se cristaliza em igrejas com pouca bagagem teológica e doutrinária, mas com um sentido destacado de proximidade com o “divino”. [30]

  Podemos observar também a gradativa perda da capacidade de mobilização das massas por parte das igrejas tradicionais. Não se adaptaram de pronto ao processo de secularização tecnológica e à explosão do poder da mídia. Tornou-se, assim, complicado para as igrejas históricas promoverem grandes mobilizações e manterem cheios os templos. Parecem não mais poderem influir de forma direta no controle dos membros e na fixação de valores. Em contrapartida, por suas características mais populares e por serem mais ágeis nas tomadas de decisão (empresas), observa-se que os movimentos pentecostais conseguem com facilidade a mobilização das massas. O resultado é evidente: enormes locais de culto sempre abarrotados.

  Não temos o direito de nos determos na questão da ocorrência ou não de reais conversões no contexto de uma determinada igreja pentecostal. O fato é que os resultados observados em muitos dos membros revelam transformações substanciais no comportamento. Nota-se que há uma significativa mudança em hábitos e costumes que resultam em serenidade, paz, alegria, saúde, sensibilidade aos assuntos familiares, estabilidade financeira, etc. [31] As contingências da vida, normalmente associadas com a frustração e desespero, dão lugar agora à esperança de uma vida melhor, sob o ação do “sagrado”. Alguém poderia apontar tais transformações como subprodutos da alienação, fanatismo ou ingenuidade. Contudo, o membro fiel de um movimento pentecostal parece ter entrado numa esfera superior, que transcende a sua realidade cotidiana. [32] Imaginemos, por exemplo, um determinado trabalhador braçal que mora na periferia da zona sul de São Paulo. Tem de levantar às 4h todas as manhãs para chegar ao “serviço” às 7h30. Toma duas conduções apinhadas. Durante todo o dia, trabalha duro e ganha pouco. Sofre pressões do chefe e de alguns colegas. Come apenas o conteúdo de uma marmita à base de feijão e arroz. E depois deste “dia”, exausto, volta para casa. Mas antes do descanso, dá uma passada rápida na sua igreja. Lá ele não é o oprimido; lá ele é um dos líderes; lá ele é especial, batizado com o “Espírito”. Com todas as manifestações fenomenológicas de catarse coletiva que podem ocorrer neste culto, o referido trabalhador parece ter sido energizado. Como uma droga mística, tudo parece melhor, resolvido. Tudo parece “curado”. Tem Deus ao seu lado!

  Outra razão a considerar no crescimento das igrejas pentecostais é decorrente de um traço cultural bem arraigado no povo brasileiro: a mania de tirar “vantagem” em tudo. Este aspecto mais “profano” é acompanhado, de forma invariável, pela procura de soluções fáceis a situações complexas. Tais vantagens podem estar inspiradas em motivos variados, como por exemplo, os financeiros, onde se pode ganhar dinheiro fácil ao ser “dono” de uma igreja, ou ainda por razões meramente pessoais, no sentido de autopromoção e auto-afirmação. Do ponto de vista do miraculoso, não seria muito mais vantajoso e prático receber uma “cura instantânea” do que ter que enfrentar um tratamento de saúde prolongado e sofrido?

  Nas igrejas pentecostais observa-se também uma democratização do religioso, artigo bastante escasso nas igrejas históricas. Para ser um líder, um pastor pentecostal, não é necessário que se galgue uma carreira acadêmica, com anos de preparo. Basta um “chamado”, uma capacitação especial, e qualquer um pode chegar lá. Além disso, os pastores de igrejas tradicionais, como profissionais, muitas vezes parecem distantes das carências reais de sua comunidade. Agora, quando este líder espiritual é oriundo do meio, como é o caso com a maioria dos pastores pentecostais, sua compreensão do sentido da vida, dos sofrimentos e aspirações de seus membros se torna um elemento poderoso de comunicação e influência. Afetam muito mais. Além disso, em virtude do “miraculoso”, tais pastores têm a facilidade de representarem uma mediação mais efetiva entre os céus e a terra. Falam a linguagem que o povo quer e gosta de ouvir. Contraste-se tal realidade com a frieza litúrgica importada de culturas anglo-saxônicas comum às igrejas históricas, que custam a se adaptarem à cultura brasileira. Muitas das igrejas pentecostais obtêm sucesso por dependerem exclusivamente de lideranças autóctones, não importadas; gente do próprio povo que entende suas necessidades.

  Esta democratização pode ser analisada ainda por outros ângulos. A carga em elementos emocionais da religião oferece participação mais efetiva ao universo feminino. Enquanto que as igrejas tradicionais colocam peso no masculino, o mundo pentecostal rompe a barreira do gênero e abre reais possibilidades à mulher na igreja. Elas deixam de ser figurantes e passam a ser líderes, a serem pastoras. Ainda, sobre a ênfase do emocional, observa-se que as igrejas pentecostais carregam na valorização da música, em todas as suas manifestações. Grade parte da música é próxima do gosto da comunidade. A liberdade litúrgica advinda do prestígio dos sentimentos acrescidos da música, da presença do “sagrado” e da participação efetiva da massa, fazem do culto pentecostal um momento de democracia religiosa. Mesmo que ruidoso, todos podem participar e estão abertos ao espetacular.

  Sem a menor dúvida, o crescimento do movimento pentecostal deve muito também à formação religiosa do povo brasileiro. Por quatro séculos se estabeleceu aqui uma forma de catolicismo, chamada de popular, com características essencialmente leigas. Por razões históricas incontestáveis, o modo de expressar religiosidade foi cultivada sem a presença efetiva da Igreja Católica Romana, a religião oficial. [33] Assim, crendices populares, tradições indígenas e africanas foram justapostas a um catolicismo de origem medieval, resultando numa manifestação cultural-religiosa difícil de ser desarraigada. Esta expressão de religiosidade sincretista leiga, gestada a partir de irmandades, confrarias e organizações de caridade, dão ainda hoje o ritmo do comportamento religioso do povo brasileiro. Assim, quando as igrejas pentecostais valorizam a participação leiga estão indo ao encontro das tradições religiosas mais profundas. As camadas populares sentem uma “atração magnética” a esta religiosidade expressa sem estruturas institucionais fortes que dividem o povo do “clero”. O culto é para todos e todos devem participar em condições de igualdade. É em virtude do catolicismo popular que observamos a valorização pentecostal de elementos comuns, do dia-a-dia, que ao receberem uma determinada “bênção”, se tornam sagrados. Um copo com água, um sabonete, uma chave e um pouco de óleo são manipulados agora como mediadores de salvação, e não a igreja institucional em si.

  Destacamos, por último, a prontidão das igrejas pentecostais em lidarem com dificuldades existenciais. E nos momentos de crises pessoais, tais como doenças, uso de drogas, desemprego, que o ser humano se torna vulnerável, independendo de sua condição financeira ou social. Necessita de pronta ajuda e aquiesce a um convite para participar de um culto de libertação, num lugar onde lhe é oferecida solução rápida para a aflição que o esmaga. No cristianismo tradicional, soluções são vislumbradas num futuro distante, muitas vezes de caráter etéreo, num céu intocável. Em contrapartida, muitos dos membros das igrejas pentecostais se filiaram a elas por receberem, mesmo que de forma psicológica ou meramente paliativa, resolução pronta aos seus problemas. E certo que muitos são literalmente explorados em sua ingênua vulnerabilidade. É evidente ainda que muitos abandonam a igreja após se esquecerem da “graça” recebida. Isto está evidente na enorme fluidez de membros entre as igrejas pentecostais, que chegam até a concorrerem entre si, numa lei de mercado, na oferta de benefícios materiais ou espirituais. Não devemos nos esquecer, contudo, que o cristianismo autêntico não pode se concentrar apenas no amanhã.


—> Razões Econômicas

  O Brasil é um monumento à crise! Fruto de situações contraditórias de um modelo imperialista extrativista, o país sempre tem sobrevivido sob a expectativa do pior, ou no mínimo, do menos ruim. Crises econômicas e pacotes financeiros se sucedem com tanta freqüência que torna-se difícil imaginar o Brasil como emergindo de sua condição terceiro-mundista. O estado de pobreza a que é submetida grande parte da população tem despertado até reflexões teológicas inéditas como a Teologia da Libertação.

  Se o Estado está em crise é porque o povo está em situação insustentável. Com fome, pouco salário ou desemprego, sem terra, sem saúde, sem segurança, sem dignidade. Esses subprodutos da pobreza generalizada arrastam a um estado de ansiedade e desespero que intuitivamente levam o ser humano à busca de uma solução, a mais rápida possível, no que é transcendente. Assim, pode-se afirmar que as igrejas pentecostais têm crescido às expensas da crise econômica crônica em que vive o país. Vejamos o problema pelo prisma da saúde. Há uma verdadeira falência no sistema público de saúde. Não existe medicina preventiva. A medicina curativa é marcada pelo estigma da opressão: longas filas, hospitais superlotados, ausência de remédios, péssimo atendimento pessoal, isto quando não há greves. A situação é tão insustentável que qualquer um na dependência de socorro já se imagina vítima fatal.

  Por outro lado, operando como grandes agências de cura, igrejas pentecostais têm aberto suas portas para que, pelo menos, com dignidade se busque a saúde pelas vias do miraculoso. Só o milagre é mirado pelo pobre como condição de sobrevivência, sendo este real ou imaginário.

  Além disso, as pressões econômicas têm favorecido em demasia o processo migratório. Do nordeste para o sul, do interior para a capital, o que se vê é o crescimento desordenado das periferias. A necessidade de adaptação à vida suburbana gera instabilidades sociais e psíquicas, que sabemos, favorecem a mudança de religião. Quando alguém se acha distante de seus pontos de referência, tanto da tradição religiosa quanto da estrutura familiar, é aí que sente a pressão por pertencer a um novo grupo social. Pentecostais têm se valido, de forma intuitiva ou não, deste princípio de crescimento de igreja. [34] Crescem em demasia nas periferias ou entre moradores destas regiões.

  Outro aspecto da crise econômica endêmica se revela no paradoxo: povo pobre, mas igreja rica. Enquanto a congregação é de trabalhadores humildes, sua liderança desfila em carros importados! Tenta-se explicar esta contradição ao atestar a veracidade da doutrina malaquiana dos dízimos e ofertas. Mas, o que se observa, de fato, é um apelo financeiro patético. É o “franciscanismo” às últimas consequências disfarçado de “teologia” (da prosperidade). Mesmo que os membros fiéis pensem na primazia dos “valores” espirituais, é inegável que a fundação de uma igreja pentecostal se torna numa maneira fácil de se estabelecer um “negócio” próspero. [35] Isso pode explicar a fuga corriqueira de pastores e bispos, que abandonam as igrejas de origem, para criarem suas próprias. Seguindo uma inexorável lei sociológica, logo estas novas congregações também estarão repletas.

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[CONTINUAÇÃO DO QUADRO ANTERIOR]

—> Razões Relativas ao Poder

  Num país onde sempre existiu uma relação íntima entre Estado e Igreja, o envolvimento político de lideranças religiosas é plenamente compreensível e esperado. Por séculos houve a hegemonia católica, compartilhando os lucros e dividendos do poder com a autoridade política. O movimento pentecostal percebeu também as vantagens que adviriam em decorrência de sua aproximação com o poder político. Num primeiro momento, os púlpitos das igrejas se tornaram palanques. Mas, como decorrência disso, as igrejas passaram a ter representatividade política e a ocuparem espaços de poder. Gerou-se, então, a cada período legislativo, um círculo vicioso, onde as igrejas elegem seus representantes, que agora, em bancadas, aglutinam forças políticas em prol de suas igrejas eleitoras. Assim, uma igreja com maior força política terá mais poder de fogo nas famosas mesas de barganhas, conchavos e influências que infestam a vida pública em todos os níveis. Hoje, numa demonstração de controle da opinião das massas, igrejas pentecostais não somente apontam os candidatos que devem receber votos, mas indicam os que devem ser rejeitados. Esta “des-ideologização” das massas populares em nome do religioso poderá resultar em situações de comprometimento dos valores democráticos.

  Deixando de lado a questão da política partidária, mas permanecendo no âmbito do poder, é inegável reconhecermos a influência que o movimento pentecostal exerce junto aos meios de comunicação de massa. Há décadas que as igrejas têm usado primeiramente o rádio e hoje também a televisão como instrumentos significativos para atender a suas pretensões evangelísticas. No início, eram apenas as emissoras católicas. Agora, predominam as pentecostais. E o chamado marketing evangélico, às vezes despretensioso, de improviso, sem muita técnica, e até ingênuo, mas que se revela como elemento de alto poder. Quem controla um veículo de comunicação de massa está, de fato, com o controle da opinião das classes populares nas mãos. Com esse pressuposto, as igrejas pentecostais têm saído à caça de canais de radiodifusão e de TV para se firmarem no “mercado”, num frenesi que se assemelha a do instinto de sobrevivência. Verdadeiras fortunas são “investidas” na compra de espaço, ou, preferencialmente, na compra de emissoras. Hoje, a concorrência não é somente pelo número de fiéis ou pela oferta nas salvas, mas também por pontos no Ibope. Isso é poder.


AVALIAÇÃO ESCATOLÓGICA DO CRESCIMENTO PENTECOSTAL

  A valorização da experiência sobre a crença e a ênfase nas emoções sobre a razão parecem oferecer motivos intrínsecos suficientes para o crescimento acelerado do movimento pentecostal. Mas, será que aquilo que se mostra tão lógico, factual ou até intuitivo não é em realidade cuidadosamente orquestrado? A visão do Grande Conflito e o entendimento escatológico adventista do sétimo dia fornecem recursos para uma avaliação mais criteriosa do crescimento das igrejas pentecostais em relação aos sinais dos tempos.

  O que sabemos é que, antes que venha o real derramamento do Espírito Santo sobre a igreja de Deus, haverá um movimento de contrafação, pretendendo possuir o poder do Espírito. Somos alertados de que haveria um falso dom de línguas que provocaria fanatismo e um falso excitamento, e que redundaria em cultos ruidosos. [36] Haveria também muitos sinais e maravilhas, e diante dos nossos olhos seriam efetuados curas e milagres espetaculares. [37]

  Neste ponto, é necessário que destaquemos dois aspectos significativos. Primeiro, há verdadeiros cristãos nessas igrejas.
      “Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e poder de Deus serão derramados sobre seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto ministros como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor.” [38]
  Em segundo lugar, temos que reconhecer que, mesmo que com aparente demonstração de astúcia empresarial ou até de ingenuidade religiosa, há uma mente orquestradora que opera com intencionalidade.
      “Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, (Satanás) fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão.” [39]

      “Mediante a agência do espiritismo, operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e se efetuarão muitas e inegáveis maravilhas. E, como os espíritos professarão fé na Escritura Sagrada, e demonstrarão respeito pelas instituições da igreja sua obra será aceita como manifestação do poder divino.
      “A linha de separação entre cristãos professos e ímpios é agora dificilmente discernida. Os membros da igreja amam o que o mundo ama, e estão prontos para se unirem a ele; e Satanás está resolvido a uni-los em um só corpo, e assim fortalecer sua causa arrastando-os todos para as fileiras do espiritismo. Os romanistas, que se gloriam dos milagres como sinal certo da verdadeira igreja, serão facilmente enganados por este poder operador prodígios; e os protestantes, tendo rejeitado o escudo da verdade, serão também iludidos. Romanistas, protestantes e mundanos juntamente aceitarão, a forma de piedade, destituída de sua eficiência, e verão nesta aliança um grandioso movimento para a conversão do mundo, e o começo o milênio há tanto tempo esperado.”
    [40]
  Diante desta realidade profética, não devemos nos surpreender com o crescimento das igrejas pentecostais. A inspiração deixa evidente que um movimento teria início nos EUA, possuiria uma contraparte na Igreja Católica Romana e que, num futuro breve, acabaria por servir como agente ecumênico. Não é este o reavivamento de contrafação que antecederia ao verdadeiro movimento pentecostal que virá sobre a igreja remanescente pouco antes da vinda de Jesus?

  Só resta, como conclusão, refletirmos nas palavras proféticas de Jesus em João 16:13: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda verdade…”.

_______________

Notas e Referências:
  1. De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Estudos da Religião — ISER — publicados m Religião e Sociedade 17/1–2, surgem cinco novas igrejas pentecostais por semana só no Grande Rio. Estima-se que o Brasil possua hoje entre 15 e 20 milhões de pentecostais, i.e., de 10% a 15% da população, enquanto que as igrejas protestantes históricas contam com apenas 2% da população. Ver Cezar e Shaull, 25.
  2. Prócoro Velasques Filho, “Declínio do Cristianis mo tradicional e Ascensão das Religiões do Espírito” em Introdução ao Protestantismo no Brasil, ed. “Antônio Gouveia Mendonça e Prócoro Velasques Filho” (São Paulo: Loyoia, 1990), 250. Velasques Filho expõe esta “terceira forca” como uma reação ao catolicismo e protestantismo que se tornaram incapazes de satisfazer as exigências místicas populares. Já Waldo Cezar e Richard Shaull, consideram o movimento pentecostal como “uma quarta grande fase da história da igreja” vindo depois da Reforma, do movimento missionário e do movimento ecumênico (Pentecostalismo e o Futuro das Igrejas Cristãs: Promessas e Desafios [Petrópolis: Vozes, 19991, 25).
  3. Sobre a reação católica ao movimento pentecostal, ver Francisco Cartaxo Rolim, “Em torno da Renovação Carismática”, Revista Eclesiática Brasileira 55, 365–384; Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica”, Documento do Conselho Permanente de 22–25 de novembro de 1994; Ernesto Bernardes, “Na Linha de Frente da Guerra”, Veja, 20/set/1995, 73–76; e Thais Oyama e Samarone Lima, “Católicos em Transe”, Veja, 8/abr/1998, 92–98. O congênere católico do movimento pentecostal é identificado como Movimento de Renovação carismática. Tal movimento inicio-se em 1966, na Universidade de Duquesne, Pittsburg, Pennsylvania. Já em 1967, estava presente na maior universidade católica dos EUA: “Notre Dame University, em South Bend”, Indiana. Daí, espalhou- se para outros campi universitários e para o mundo católico como um todo. Desde o início o Movimento de Renovação Carismática teve apoio da hierarquia. Paulo VI destacou um dos seus mais influentes cardiais, Joseph Suenens, como um dos articuladores na expansão do movimento. Sabe-se que João Paulo II é um adepto incondicional do movimento. Já em 1991 falava-se em mais de dez milhões de católicos carismáticos no mundo. Hoje, os números ultrapassam aos cem milhões. No Brasil, este crescimento exponencial é verificado com a presença do movimento em praticamente todas as dioceses. Como desta que podemos observar a atuação do padre Marcelo Rossi, tanto na mídia como na sua paróquia, em San to Amaro, São Paulo, onde cerca de 30 mil pessoas comparecem à cada missa. Admite-se que um terço dos católicos praticantes brasileiros sejam hoje carismáticos.
  4. Ver John L. Sherril, “Eles Falam em Outras Línguas” (São Paulo: Betânia, 1969).
  5. Inúmeras são as referência bibliográficas que descrevem o início do movimento pentecostal. Uma das mais recentes é a obra de Benjamin F. Gutiérrez e Leonildo Silveira Campos, eds., “Na Força do Espírito: Os Pentecostais na América Latina: Um Desafio às Igrejas Históricas” (São Paulo: AIPLAI, 1996). Ver também: Stanley M. Burgess e G. B. McGee, eds., “Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements” (Grand Rapids, MI: Regency, 1992), e André Corten, “Os Pobres e o Espírito Santo: O Pentecostalismo no Brasil” (Petrópolis: Vozes, 1996).
  6. Sabe-se que W. H. Durham manteve contatos diretos com Seymour, com quem acaba por eceber “o dom”. Existiam, porém, algumas divergências doutrinárias entre ambos, resultando logo em novas correntes pentecostais. Ver Cesar e Shaull, 20. Para um resumo histórico dos primórdios do movimento pentecostal, ver A. Reily Duncan, História documental do Protestantismo no Brasil (São Paulo: ASTE, 1985).
  7. Ver Ivar Vingren e Gunnar Vingren, “O Diário do Pioneiro” (Rio de Janeiro: CPAD, 1973) e Emílio Conde, “História das Assembléias de Deus no Brasil” (Rio de Janeiro: sem editora, 1960).
  8. Para o relato oficial do surgimento da Igreja Assembléia de Deus no Brasil, ver Joanyr de Oliveira, Assembléia de Deus no Brasil: Sumário Histórico Ilustrado (Rio de Janeiro: CPAD, 1995).
  9. Ingo Wulfhorst, “O Pentecostalismo no Brasil”, Estudos Teológicos 35, 8–9.
  10. Antônio Gouveia Mendonça expõe que a Igreja Assembléia de Deus segui uma teologia arminio-wesleana e uma estrutura eclesiológica batista (“Evolução Histórica e Configuração Atual do Protestantismo no Brasil” em “Introdução ao Protestantismo no Brasil”, ed, Antônio Gouveia Mendonça e Prócoro Velasques Filho [São Paulo: Loyola, 1990], 48).
  11. A principal fonte documental da Congregação Cristã no Brasil é um livreto publicado por Francescon em 1942 sob o título original de “Resumo de uma Ramificação na Obra de Deus pelo Espírito Santo no Século Atual”. Hoje o título deste panfleto é “Histórico da Obra de Deus, Revelada pelo Espírito Santo, no Século Atual”.
  12. Josué Giamarco e Alberto Alves da Fonseca, “Seita ou Movimento Contraditório — Parte 2” Defesa da Fé, Set–Out/1998, 17–25.
  13. Mendonça, “Evolução histórica”, 49.
  14. Muitos destas “igrejas” não poderiam ser caracterizadas, sociologicamente falando, como tal, pois não possuem um mínimo de estabilidade institucional, com um corpo doutrinário delineado acima das vontades pessoais. Ver ibid, 46.
  15. Burgess e McGee, 461–463.
  16. Wulfhorst, 10–12.
  17. Mário de Oliveira, “Relatório do Conselho Nacional”, Vídeo, 1999.
  18. Mendonça, 53–54.
  19. Site oficial da igreja, www.brasilparacristo.org.br.
  20. Genésio Mendes, “Doutrinal” (São Paulo: Departamento de Publicações da Igreja Adventista da Promessa, 1969), 55.
  21. Wulfhorst, 15–16.
  22. “Com Fé, Dinheiro e Fiéis”, Veja, 25/out./1995, 96–105.
  23. Ver Edir Macedo, “Vida com Abundância” (Rio de Janeiro: Editora Gráfica Universal, 1995).
  24. Leonildo Silveira Campos, “Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal”, 2a ed, (Petrópolis: Vozes, 1999) ; Maria das Dores Campos Machado, “Carismáticos e Pentecostais: Adesão Religiosa na Esfera Familiar” (Campinas: Editora de Autores Associados, 1996); e Eward L. Cleary e Hannah Steward-Gambino, eds., Power, Politics, and Pentecostais in Latin America (Los Angeles: Westview Press, 1997).
  25. “Guerra Santa: Edir Macedo Investe na Luta Contra o Diabo Lula”, Isto É, 29/jun/1994, 26.
  26. Alexandre Secco, “O Milagre do Caixa da Universal”, Veja, 3/nov/1999, 38–43.
  27. Roberta Paixão, “O Sucessor de Edir Macedo”, Veja 3/nov/1999, 44–47.
  28. Paulo Melo, “Fundação Renascer em Cristo”, Pesquisa de Classe, SALT, 2000; e o site oficial da igreja: www.renascer.org.br.
  29. Wesley Paim, “Igreja Internacional da Graça de Deus”, Pesquisa de Classe, SALT, 2000.
  30. Ver A. Bittlinger, “The Church is Charismatic” (Genebra: CMI, 1981); e Velasques Filho, 250–256.
  31. O estudo realizado por Cecília L. Mariz, revela transformações significativas de hábitos em pessoas alcoólatras que se tornaram pentecostais (“Alcoolismo, Gênero e Pentecostalismo”, Religião e Sociedade, 16/3, 80–93).
  32. Cezar e Shaull, 57–66.
  33. Existe uma vasta bibliografia sobre o catolicismo popular brasileiro, onde destacamos: Thomas C. Bruneau, “The Political Transformation of the Brazilian Catholic Church” (New York: Cambridge University Press, 1974); Scott Mainwaring, “The Catholic Church and Politics in Brasil: 1916–1985” (Standford: Standford University’ Press, 1986); Riolando Azzi, A Cristandade Colonial: Mito e Ideologia (Petrópolis: Vozes, 1987); e José Joaquim Sobral, ed., “Religiosidade Popular e Misticismo no Brasil” (São Paulo: Paulinas, 1984).
  34. Ver Donald Anderson McGavran, “Understanding Church Growth”, 2o ed. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988), 207–353.
  35. Cesar e Shaull, 53–56.
  36. Ellen G. White, “Testemunhos Seletos” (Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1970), 1:412.
  37. Idem, “Mensagens Escolhidas” (Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1967), 2:48, 52–54.
  38. Idem, “Grande Conflito” (Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1975), 464.
  39. Ibid.
  40. Ibid., 587.

Fonte: Revista “Parousia”, 1º Semestre de 2000, Ano 1, nº 1, p. 5–18.




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