Marllington Klabin Will Administrador
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| Assunto: Por que o Sábado é Moral 12/8/2007, 17:02 | |
| POR QUE O SÁBADO É MORAL
Dez razões bíblicas que definem a natureza moral do princípio sabático no quarto mandamento.
Por Marllington Klabin Will As dez razões apresentadas a seguir são algumas utilizadas inclusive por observadores do domingo para justificarem a validade e a vigência de um santo “Dia do Senhor”. Como não argumentam sobre um dia específico, e sim sobre o dever e benefício de o ser humano ter um dia semanal para santificar e dedicar a Deus, podem ser apresentados tanto em favor da observância do sábado como também a favor do domingo. O que esse pontos não provam é que o “Dia do Senhor” seja o sétimo dia ou o primeiro da semana. Se faz ou não sentido aplicar o princípio sabático nalgum desses dias específicos, isso já é outra questão. O presente artigo tem como finalidade apresentar somente os motivos para haver um “sábado” (dia de descanso) entre os sete da semana para adoração e santificação, provando que o princípio sabático do quarto mandamento tem natureza e caráter moral, quer seja aplicado no sétimo ou no primeiro dia.
~~~~~~~~~~~~~~~~ 1 — A obrigação original e universal da lei do sábado pode-se inferir pelo fato de ter encontrado lugar no Decálogo. Como todos os outros mandamentos naquela revelação fundamental dos deveres do homem para com Deus e para com seu próximo são morais e permanentes em sua obrigação. Seria incongruente e não natural que o quarto mandamento fosse uma exceção solidária. Este argumento não é desde cedo contestado com a resposta dada pelos defensores da doutrina oposta. O argumento, dizem eles, é válido só na suposição de “que a Lei Mosaica, devido a sua origem divina, seja de autoridade universal e permanente”. Não se poderia da mesma forma dizer que se o mandamento “Não furtarás” continua válido até hoje todo o conteúdo da Lei tem de ser mantido?
O catecismo editado pela “Casa Editora Presbiteriana” concorda quando diz:
“O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em Sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para ser um dia de santo descanso a Ele dedicado. (…) proíbe a omissão ou a negligência no cumprimento dos deveres exigidos, e a profanação deste dia por meio de ociosidade, ou por fazer aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos, palavras ou obras acerca de nossos negócios e recreações temporais. (…) Deus nos concede de fazermos uso dos seis dias da semana para os nossos interesses temporais: o reclamar Ele para Si a propriedade especial do dia sétimo, o Seu próprio exemplo, e a bênção que Ele conferiu ao dia de descanso.” — Em “Breve Catecismo de Doutrina Cristã”, p. 17–18. 2 — O mandamento sabático está bem no coração dos Dez Mandamentos, a Lei Moral. Está na primeira das duas tábuas de pedra em que o Decálogo foi escrito, onde estão os preceitos morais que revelam o amor do homem para com Deus, que é resumido no mandamento mais importante de todos (Dt.6:5 / Lc.10:27), de forma que o quarto mandamento não é menos moral do que nenhum dos outros nove.
3 — Jesus reforçou o conceito de ser o sábado uma instituição divina estabelecida por Deus especificamente em função do homem (Mr.2:27), a fim de que servisse no aspecto físico, mental e espiritual. É o único mandamento que tem a ver com o amor para com Deus satisfazendo, ao mesmo tempo, a felicidade do homem. Nenhum mandamento cerimonial mereceu tal tratamento que é característica de preceito moral.
O Prof. John D. Davis, autor presbiteriano de um dos mais famosos dicionários bíblicos, que já alcançou várias edições, bem acrescenta:
“A doutrina ensina claramente que este dia foi ordenado por Deus, para repouso do corpo, e bem-estar do homem; que o deviam observar, imitando o exemplo que Deus dá, e por causa das bênçãos por Ele conferidas.” — Em “Dicionário da Bíblia”, p. 520. 4 — A natureza humana, em termos físicos e mentais, requer exatamente o que o preceito do sábado provê, e, como todos os preceitos morais, ele supre uma necessidade natural e universal da humanidade. Mediante proibição de todo trabalho servil, tanto dos homens como dos animais, estava designado para assegurar um repouso recuperativo para aqueles em que havia recaído a primeira maldição: “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gn.3:19). É necessário que todos os homens e animais servis tenham tempo para recobrar suas forças. O repouso noturno diário não é suficiente para ele como nos asseguram os fisiologistas, e como tem demonstrado a experiência.
5 — Este mandamento não tem somente o propósito de provê o descanso físico, mas, principalmente, tem a finalidade de deter o curso da vida externa das pessoas e fazê-las voltar seus pensamentos para o invisível e espiritual. Os homens são tão propensos a submergir nas cosiam desse mundo que é da maior importância haver um dia de freqüente repetição em que lhes seja proibido pensar nas coisas desse mundo, e que os faça pensar nas coisas invisíveis e eternas. Sobre a natureza e a função da lei, que regula as relações das pessoas entre si, disciplinando os comportamentos externos, tem como critério a norma moral assente na natureza de Deus. A razão humana, por sua vez, é capaz de discerni-la, pelo menos nas suas exigências fundamentais, subindo assim até à Razão criadora de Deus que está na origem de todas as coisas. Esta norma moral deve regular as opções das consciências e guiar o comportamento dos seres humanos. Através do sábado todos os homens têm que parar em sua caminhada terrena e trabalho secular e são chamados a cessar e voltar seus pensamentos até Deus em Seu santo dia.
6 — O sábado cria o ambiente necessário para se manter um relacionamento mais íntimo com o Senhor e aproveitar momentos felizes com os amigos e a família, assim, aperfeiçoando e harmonizando o estado saudável da mente, da moral e do espiritual.
Este argumento é bem definido pelo Dr. Antonio Neves de Mesquita, teólogo batista, que diz:
“Seria impossível a qualquer povo desenvolver espírito religioso sadio e moral alevantada sem que houvesse meios adequados. Ora, o sábado, forçando o descanso das coisas seculares e fazendo inclinar a mente para as divinas, relembrando as beneficências de Deus à raça, conseguiria manter em equilíbrio os dois poderes humanos: físico e moral. (…) O sábado é um elo unindo os homens a Deus por meio do culto, que ele faculta e desenvolve. (…) Podemos aferir grandemente a espiritualidade de um homem pelo respeito que ele tem pelo dia de descanso.” — Em “Estudo no Livro de Êxodo”, p. 163, 169–170. Grifos acrescentados. 7 — O sábado tem o propósito de prover um tempo sagrado para ser dedicado a Deus, para a instrução do povo e para o culto especial e público ao Senhor. É de incalculável importância que os homens tenham tempo e oportunidade para a instrução e o culto religioso.
8 — O sábado indica como vai nosso estado espiritual. O Senhor viu que o mundo, ao decorrer da história, esqueceria e depois desprezaria este mandamento. Por isso que o mandamento começa com a palavra “lembra-te”. Deus nos fala para lembrar-nos dEle, não esquecendo deste mandamento. Deus sabia que nunca esqueceríamos os outros mandamentos se lembrássemos do mandamento do sábado, porque este nos ajudaria a desenvolver um relacionamento com Deus e aprofundar todos os outros.
Fato bem argumentado pelo Pr. Harold J. Brokke, teólogo assembleiano, que declara:
“É possível que alguém imagina que a transgressão desse quarto mandamento é menos grave do que a transgressão dos outros nove. A verdade, porém, é que quem se dispõe a transgredir o quarto mandamento já tem no coração a inclinação de transgredir um ou mais dos outros mandamentos.” — Em “Prosperidade Pela Obediência, p. 58–59. Grifos acrescentados. 9 — O sábado é a resposta ideal ao evangelho, porque se fundamenta sobre o princípio do descanso após uma obra concluída. Como na primeira criação Deus agiu, depois descansou de Sua obra numa sexta-feira, também na nova criação foi numa sexta-feira que Jesus consumou Sua perfeita obra de justiça e redenção, morrendo na cruz e descansando na tumba no dia de sábado. Pela segunda vez, houve um descansou no sétimo dia de uma obra terminada. Assim o sábado passou a ser não só memorial da criação como também memorial da redenção.
Tanto é que ao repetir o quarto mandamento 40 anos mais tarde após a entrega da lei original no Sinai (Dt.5:15), Moisés atribuiu ao sábado um caráter escatológico, pois lembrava ao povo o livramento do Egito e do cativeiro egípcio, que representam o pecado (Ap.11:8 / Os.11:1 / Mt.2:15 / Zc.10:10), simbolizando perfeitamente que os libertos da escravidão do pecado agora também têm o privilégio de observar o sábado para dedicá-lo ao Senhor e obter descanso físico, mental e refrigério espiritual, algo que não praticávamos quando prisioneiros do pecado, assim como os hebreus não praticavam enquanto prisioneiros do Egito.
10 — Por este mandamento encontramos que nos profetas, assim como no Pentateuco, e nos livros históricos do Antigo Testamento, o sábado não é mencionado somente como “deleite”, mas que também é predita sua fiel observância como característica do período Messiânico. Como santo dia de descanso e separado para a relação com Deus, o sábado, que viria a ser o memorial da redenção, estava colocado para ser um tipo daquele repouso que é permanente para o povo de Deus, como vemos no Salmo 95:11, como o expõe o autor de Hebreus 4:1–10.
Quando as pessoas sinceras descobrem o evangelho, o sábado torna-se um constante lembrete de descansar da infindável luta. É tão natural e humano tentar conquistar nossa salvação pelas nossas próprias obras. Precisamos de um lembrete de que a primeira obra do cristão é repousar na obra que Jesus já realizou por nós. Portanto, o sábado, sendo também memorial da redenção, é como uma vacina contra a tentativa de salvação pelas obras, pois nos lembra constantemente de descansarmos na graça de Cristo!
PONDERAÇÃO FINAL Sendo a natureza deste mandamento moral e não cerimonial, portanto é original e universal em sua obrigação. Nada pressupõe que os mandamentos “Não matarás” e “Não furtarás”, que foram primeiramente anunciados por Moisés, tenham deixado de ser mantido quando a antiga administração se desvaneceu. Uma lei moral é mantida pela sua própria natureza. Expressa uma obrigação que surge de nossa relação com Deus ou de nossas relações permanentes com nossos semelhantes. É mantida tanto se está promulgada ou não. Pois é moral no que se refere a um dia de repouso e cessação de atividades terrenas. É de obrigação moral que Deus e Suas grandes obras sejam expressamente relembradas. É um dever moral que o povo se reúna para instrução religiosa e para a adoração corporativa a Deus. Tudo isso era obrigatório antes da época de Moisés e havia sido mantido, embora o preceito escrito jamais houvesse existido. Tudo o que fez o quarto mandamento foi colocar esta obrigação natural e universal de uma forma concreta.
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