Entrevista com a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva
Eleita pelo jornal inglês The Guardian como uma das 50 pessoas que podem salvar o mundo, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, fala-nos sobre algo pouco abordado na mídia tradicional: suas convicções e crenças religiosas.
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Está ocorrendo uma grande discussão em torno desse episódio no blog Ciência em DiaDetonaram a ministra por se dizer criacionista Que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é uma mulher lutadora e corajosa, quase ninguém duvida. No último fim de semana, ela teve coragem para responder com sinceridade uma pergunta do jornalista Márcio Tonetti sobre suas convicções a respeito das origens. E pela repercussão em alguns jornais (como a
Folha) e blogs, ela parece ter cometido um crime ao se dizer criacionista.
Marina, que é evangélica e tem duas filhas adventistas, participou do
Simpósio Criacionismo na Mídia, no Unasp, seu segundo "crime".
Em seu blog, o jornalista Marcelo Leite escreveu que o fato de a ministra ser religiosa "nunca impediu que ela fosse admirada por muitos ateus que, honestamente, rendem homenagem à história de vida que a conduziu ao Senado Federal e ao Ministério do Meio Ambiente. Eles agora a admiram um pouco menos por vir a público, revestida da condição de uma funcionária de relevo do Estado leigo, defender que o ensino de noções anticientíficas [!] seja uma questão de escolha individual, entre várias opções de explicação da criação do mundo".
E ele continua: "Marina Silva está pura e simplesmente errada ao afirmar que não podemos explicar a natureza pela evolução darwiniana. É a melhor explicação científica que existe. Nem a Bíblia nem o Design Inteligente podem ser colocados no mesmo plano, como conhecimento. Sou o primeiro a defender que a fé dessas pessoas não precisa ser atacada com diligência fervorosa, como propõem Richard Dawkins e Christopher Hitchens, mas não creio que a ministra tenha o direito de fazer - em público, repito - tamanha confusão entre suas convicções pessoais e sua condição funcional."
A ministra não fez confusão alguma, apenas teve, mais uma vez, a coragem de assumir publicamente sua posição criacionista, para desespero e raiva dos seguidores de Darwin.
Noutro blog, o Idéias Antigas, o autor que se "identifica" apenas como Paranthropus, escreveu: "Olha, nada contra ela ser crente. Até heróis têm lá suas máculas, suas falhas de caráter [!]. Minha trisavó também era crente. Marina pode ser batista, adventista, quadrangular, icosaédrica, o que ela quiser. Mas antes disso ela é uma figura pública de um Estado laico. Tem bons amigos na Esplanada que tentam combater o criacionismo e outras pataquadas cujo objetivo declarado é substituir (ou como eles dizem, "apresentar uma alternativa" a) o ensino científico." [Paranthropus, substituir e apresentar alternativa são coisas bem diferentes, não? Nunca ouvi um criacionista falando em "substituir o ensino científico".]
"Portanto", ele prossegue, "emprestar seu prestígio ao infame evento sobre 'criacionismo e mídia' na Universidade Adventista (sic) [Por que 'sic'? Será que ele já visitou os campi adventistas aqui no Brasil? Será que ele sabe que a educação adventista está entre as melhores no
ranking do MEC? Parece que o preconceito desse Paranthropus não o deixa ver os fatos.], com direito a webcast e tudo, é uma indecência. Em tempo: Webcast, eu disse? Poizé. Os crentes são contra o progresso científico, mas a favor de webcasts. Captou?"
Os crentes são contra o progresso científico? Seria bom que esse Paranthropus soubesse que a Igreja Adventista faz
pesquisa de ponta com acelerador de partículas, foi pioneira no tratamento da doença conhecida como "fogo selvagem" e lançou os primeiros programas evangélicos de rádio e TV no Brasil. Como se pode ver, esse ser que se diz "Apenas uma relíquia do Plioceno" está bem por fora (talvez dentro de uma caverna)...
Os patrulheiros de Darwin estão cada vez mais nervosos...
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criacionismohttp://michelsonborges.blogspot.com/2008/01/detonaram-ministra-por-se-dizer.html