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 Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino

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Prof. Azenilto
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MensagemAssunto: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 18:52

10 Dilemas dos Que Negam a Validade dos10 Mandamentos Como Norma Cristã

Antinomista significa alguém que é contra a lei, que prega a sua total abolição por Jesus, seja durante o Seu ministério ou por Sua morte na cruz, o que envolveria todos os mandamentos, os morais (dos Dez Mandamentos) e os cerimoniais. Ensinam que o decálogo teria findado com a morte do Salvador juntamente com o velho concerto e todas as estipulações rituais dos judeus (a lei cerimonial).

Tais pessoas se esforçam ao máximo para se desfazerem da obrigação de cumprir os Dez Mandamentos, ensinando que tal lei, base do concerto de Deus com o Seu povo de Israel no passado, não mais se aplica aos cristãos. Em lugar dessa lei, resta ao povo cristão agora algo como a “lei de Cristo”, na “nova dispensação”, uma série de recomendações e princípios que se espalham por todo o Novo Testamento--nada de códigos e enumeração de regras.

Fica-se a imaginar onde a Bíblia descreve um rompimento entre o Pai e o Filho ao ponto de este último rebeldemente lançar Sua própria lei em contraste com a do Pai (superior?!) que sempre serviu tão bem à humanidade como base de conduta moral. . . Afinal, não declarou o Cristo: “Eu e o Pai somos um”?! Por que a “lei de Cristo” e a “lei de Deus” não seriam uma só e a mesma?

Mas ao defenderem tais idéias antibíblicas esses ensinadores defrontam 10 dilemas sérios. Veja abaixo quais são.


O primeiro dilema dos que pregam a abolição dos Dez Mandamentos na cruz, juntamente com as leis cerimoniais, é que tais idéias chocam-se com o que sempre ensinaram destacados líderes cristãos e credos confessionais das diferentes igrejas protestantes, inclusive as dos próprios promotores de tais aberrações teológicas. Eis alguns exemplos:

Na mais alta categoria dos inimigos do evangelho de Cristo, estão aqueles que, aberta e explicitamente, “julgam a lei”, e “falam mal da lei”; aqueles que ensinam os homens a quebrar . . . não somente um . . . mas todos os mandamentos de um só golpe. . . Isto é, na verdade, demolir enunciados com muita violência. . . ; isto é resistir na cara a nosso Senhor.

Estas vigorosas palavras são de João Wesley [Works of Wesley--Obras de Wesley (New York: Waugh & Mason, 1833)]. Para quem não sabe, Wesley foi o fundador do metodismo e o grande evangelista e reavivalista do século XVIII. É de um dos seus famosos sermões esta exposição:

A lei moral firma-se sobre um fundamento inteiramente diverso da lei cerimonial ou ritual, que tinha o desígnio de servir para uma restrição temporária sobre um povo desobediente e de dura cerviz; enquanto esta [a lei moral] procede do princípio do mundo, sendo “escrita, não em tábuas de pedra”, mas nos corações de todos os filhos dos homens, quando saíram das mãos do Criador.-- João Wesley, “Upon Our Lord’s Sermon on the Mount”, Discurso 5, em Works of Wesley, Vol. 5, (edição de 1829), p. 311.

Por seu turno, o fervoroso evangelista Moody acrescenta estes valiosos pensamentos:

Jamais encontrei um homem honesto que achasse falta nos Dez Mandamentos. A lei dada no Sinai nada perdeu de sua solenidade. . . . O povo precisa ser levado a compreender que os Dez Mandamentos estão ainda em vigor, e que há uma penalidade ligada a cada violação. . . . O sermão do monte não cancelou os Dez Mandamentos. -- Weighed and Wanting, págs. 11 e 16.

O que esses autores declaram está em perfeita harmonia com os Credos de Fé históricos das diversas igrejas protestantes, entre os quais se poderiam citar os seguintes:

Igreja Batista: “Cremos que a Lei de Deus é a eterna e imutável regra de seu governo moral; que é santa, justa e boa; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem ao homem caído para cumprir seus preceitos deriva inteiramente de seu amor pelo pecado; sendo um dos grandes objetivos do Evangelho e dos meios de graça ligados ao estabelecimento da igreja visível livrá-lo e restaurá-lo mediante um Mediador à genuína obediência à santa Lei”-- Artigo 12 da “Confissão de New Hampshire”.

“Todos nós temos a obrigação de cumprir a lei moral. . . . que é a que nos prescreve as obrigações para com Deus e o próximo. . . . A lei se acha expressa com maior minuciosidade nos dez mandamentos, dados por Deus a Moisés no Sinai”. -- Catecismo da Doutrina Batista, do Pastor W. D. T. MacDonald, págs. 28 e 29.

Igreja Metodista: “O Velho Testamento não é contrário ao Novo: pois tanto no Velho quanto no Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único mediador entre Deus e o homem, sendo tanto Deus quanto homem. . . . Conquanto a lei dada por Deus mediante Moisés, no que tange a cerimônias e ritos, não seja vigente para os cristãos, nem os seus preceitos civis . . . não obstante nenhum cristão de modo algum está livre da obediência aos mandamentos que são denominados Morais”.--Artigo 7 dos “Trinta e Nove Artigos de Religião”. [Obs.: Esta mesma confissão é adotada pela Igreja Episcopal].

Igreja Presbiteriana: “A lei moral para sempre obriga a todos, tanto as pessoas justificadas quanto as demais, à sua obediência; e isso não só com respeito a seu conteúdo, mas também com respeito à autoridade de Deus o Criador que a concedeu. Nem Cristo no evangelho de modo algum desfez, mas fortaleceu essa obrigação. . .

“O Espírito de Cristo subjuga e capacita a vontade do homem para . . . cumprir o que a vontade de Deus, revelada na Lei, requer que seja feito. . . .

“A liberdade que Cristo adquiriu para os crentes sob o evangelho consiste em sua liberdade da culpa do pecado, da condenatória ira de Deus, da maldição da lei moral . . . Sob o Novo Testamento a liberdade do cristão é mais ampliada na liberdade do jugo da lei cerimonial, à qual a igreja judaica estava sujeita”. -- Seções V, VII e XX do Capitulo XIX da “Confissão de Fé de Westminster”. [Obs.: Também validada pela Igreja Congregacional].

Não é embaraçoso ver esses indivíduos contradizendo os pioneiros e credos de suas próprias igrejas?

O segundo dilema dos pregadores dessas teorias de “lei abolida” é quererem dizer que o mandamento do sábado é o único do Decálogo que não consta do Novo Testamento e não poderem prová-lo. Ensinam que conquanto a lei moral dos Dez Mandamentos haja encontrado o seu fim na cruz, todos os mandamentos, com exceção do sábado, foram sendo restaurados e repetidos no Novo Testamento. Daí apresentam uma listinha com os mandamentos enumerados por passagens neotestamentárias, menos o 4º. (do sábado). Mas quem se detiver para examinar a tal listinha verá que, como se diz popularmente, é pura “marmelada”. Em primeiro lugar, não constam claramente os termos do 3º. mandamento, apenas uma referência indireta ao mesmo (de Mat. 5:34, 35: “de modo algum jureis . . . nem pelo céu . . . nem pela terra”).

Como também não consta nada específico de não se dever fabricar imagens de esculturas. Apenas há referências indiretas, como a condenação genérica a ídolos (ver Atos 15:20, I João 5:21. 2 Coríntios 6:16). Com isso um católico pode alegar que tais passagens não abrangem as imagens dos santos, só da Divindade, e eles estariam cumprindo o preceito, pois realmente não cultuam imagens de Deus. De fato, se os Dez Mandamentos foram abolidos na cruz, como provar que a mera confecção de imagens é errada, como estipulado no 2º. mandamento--“Não farás para ti imagens de escultura. . .”?

Seja como for, se esses “apologistas cristãos” se sentem no direito de fazer “referências indiretas” a mandamentos do Decálogo, nada mais justo do que mostrar referências mais do que indiretas do 4º. mandamento no Novo Testamento:

· Jesus declarou que “o sábado foi feito por causa do homem”, claramente indicando a Criação. O texto indica que a palavra para “homem” é a mesma empregada para quando Cristo referiu-se ao casamento, originário do Éden, quando o homem “deixa o seu pai e a sua mãe e une-se a sua mulher” (Mat. 19:5). Ora, casamento não é coisa só para os judeus. E citar a 2a. parte do verso, “não o homem por causa do sábado” não contradiz a primeira parte, sobretudo quando se interpreta tais palavras segundo a imaginação de anti-sabatistas (de que o sábado era só para judeus). Não dá certo porque não se poderia dizer, “e não o homem judaico por causa do sábado”. O “homem judaico” não foi feito, apenas o “homem”. O fato de se tornarem judaicos, babilônicos, egípcios é coisa bem posterior. . .

· O testemunho de Lucas 30 anos após a crucifixão, de que as santas mulheres seguidoras de Cristo “no sábado descansaram, segundo o mandamento” (Luc. 23:56). Após três décadas, para Lucas a guarda do sábado do sétimo dia era “segundo o mandamento”. Ele nada diz de que fosse mandamento de alguma “lei antiga”, “abolida”, ou coisa tal.

· A declaração do autor de Hebreus (cap. 4, vs. 9) de que resta um descanso sabático para o povo de Deus (no grego, sabbatismós, em contraste com todas as demais referências a “descanso” no capítulo, para as quais usa o termo katapausín-vs. 3, 4, 5, 8). Esta diferenciação de termos é muito significativa. Sem falar no fato de que o autor bíblico, escrevendo a cristãos hebreus, não ilustra o descanso espiritual que o povo de Deus deixou de obter, ou poderia ainda obter, com o descanso dominical (pelo ano 64 a 70 AD). Se o domingo já fosse uma instituição cristã, o dia de descanso da igreja, sem dúvida ele faria sua ilustração mencionando o domingo. Contudo, ignora inteiramente este dia, e vale-se do sábado do sétimo dia para ilustrar o seu ponto.

· A preocupação expressa por Cristo sobre os cristãos de Jerusalém que deveriam orar para que a fuga deles, quando da invasão de sua terra (Jerusalém e Judéia) em 70 AD pelas tropas romanas não tivesse que se dar “no inverno, nem no sábado” (Mat. 24:20). Cristo sabia da inconveniência e perigo se os inimigos cercassem a cidade no dia em que estavam na igreja ou dedicados à adoração particular a Deus, alheios ao que se passava fora. . .

· Jesus também recomendou: “fazei e guardai tudo quanto eles [os líderes religiosos dos judeus, seus contemporâneos] vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem” (Mat. 23:2). Uma das coisas que eles diziam era que observassem o sábado (Lucas 13:14). Deviam, pois, ouvi-los no que estavam certos e “fazer”, mas não agir do modo errado como eles agiam para com o mandamento do sábado e todos os outros.

· Paulo passou um ano e meio discutindo com os judeus em Corinto, e ao longo de todo esse tempo NUNCA se lembrou de dizer a eles que deviam passar a se reunir no domingo, mesmo quando os judeus abandonaram o local e ele ficou somente com os gentios (Atos 18:1-4 e 11). Em Filipos, onde não havia sinagoga, os apóstolos e Paulo escolheram um lugar tranqüilo para passarem um sábado: Atos 16: 12, 13.

· Os cristãos de origem judaica, eram zelosos na observância da lei (At. 21:20) e não seriam promotores do abandono de um dos principais preceitos da lei--o4º. mandamento. Documentação histórica posterior corrobora esta conclusão. O historiador palestino Epifânio viveu ao redor de 350 AD e narra a história da igreja de Jerusalém. Ele conta de como deixaram a cidade antes da sua destruição em 70 AD, foram para o norte, a um lugar chamado Pela, colonizaram o lugar, onde passaram a ser conhecidos como “nazarenos”. Epifânio declara que esses nazarenos, ou seja, os diretos descendentes da igreja de Jerusalém, viveram ali no seu próprio tempo e, diz ele, diferiam do resto dos cristãos por insistirem até aquele tempo na observância do sábado do sétimo dia!

· No Concílio de Jerusalém, dentre as coisas que não se requeria dos gentios nenhuma regra contra o sábado é determinada (Atos 15:20), prova de que não foi objeto de debate naquela igreja--todos o observavam sem problemas. Paulo declara quando sob julgamento: "Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo. . ." Caso ele tivesse desrespeitado o preceito do sábado não teria condições de fazer tal alegação pois seria imediatamente acusado de ser um violador do sábado, um princípio muito arraigado na religião e cultura dos judeus.

[Prossegue no próximo quadro]
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 18:57



O terceiro dilema desses “intérpretes da nova lei” é não conseguirem demonstrar a exigência até infantil de que os mandamentos todos sejam referidos (integralmente ou não) para indicar sua validade no Novo Testamento.

Mas quem disse ser este o objetivo desta parte da Bíblia? Não há nenhuma necessidade de “chover no molhado”. Os princípios morais básicos do Velho Testamento, que têm por fundamento o “amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, são reiterados (não revalidados) no Novo Testamento por Cristo (Mat. 22:34-40, cf. Deut. 6:5 e Lev. 19:18).

Quando Paulo diz que “o cumprimento da lei é o amor” (Rom. 13:8-10) apenas cita alguns mandamentos como ilustração. Em seguida, porém, declara: “e se há qualquer outro mandamento. . .” Claro que ele com isso abrange toda a lei moral divina. Jesus também declarou ao jovem rico: “Se queres . . . entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mat. 19:17). No relato de Lucas, este mostra que Jesus diz ao jovem: “Sabes os mandamentos: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe” (Luc. 18: 20, 21). Então, é uma grande tolice alegar que se Jesus não repetiu o 4o. mandamento, este não era mais obrigatório, pois na verdade ele não citou também o 1º., nem o 2º., nem o 3º., nem o 10º.! Poderia, daí, esse jovem viver os descumprindo? Poderia alcançar a vida eterna adorando imagens, falando o nome de Deus em vão, violando o sábado e cobiçando a mulher e coisas do próximo? Era este o ensino de Cristo?

Oh, mas isso não vale--Jesus falou tais coisas antes da cruz, ainda na “dispensação da lei”, alegam muitas vezes. Não há problema: Tiago, bem depois da cruz, cita os mandamentos “não matarás” e “não adulterarás” para ressaltar que “qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos”, lembrando a seguir que essa lei será a base do juízo divino (ver Tia. 2:8-13). Não cita todos os mandamentos, é verdade, só dois. Mas suas palavras são evidentemente abrangentes de TODOS.

Só quem for muito teimoso e preconceituoso contra a vigência da lei divina moral é que não pode percebê-lo, além de terem esses de enfrentar ao final o juízo de transgredirem todos os mandamentos por não só descumprirem voluntariamente um deles, mas ainda fazerem campanha contra sua vigência (Mateus 5:19). E voltamos a lembrar as abrangentes palavras de Paulo, em Romanos 13:8-10, depois da cruz. . .

Com isso chegamos ao quarto dilema dos antinomistas e semi-antinomistas modernos: deixarem implícita a absurda “divisão dispensacionalista” pela qual as pessoas antes da cruz eram salvas pela lei, e depois da cruz, pela graça.

É assim que muitos crentes pensam. Indagamos exatamente isso para as centenas de irmãos evangélicos que recebem nossos anúncios, perguntando especificamente: como se salvavam as pessoas que viviam nos tempos do Velho Testamento? Alguém nos respondeu que se salvavam pela obediência à lei, outro que Jesus foi pregar para os “espíritos em prisão” (1 Pedro 3:19 e 20), demonstrando a evidente ignorância desse ensino no meio evangélico, fruto da teoria dispensacionalista, que deixa muita gente confusa sobre este ponto (e outros): se agora é a “dispensação da graça”, então as pessoas se salvam sem nada terem a ver com a lei. E na “dispensação da lei”, as pessoas se salvavam sem nada terem a ver com a graça!

Arnaldo Christianini aborda esta questão de modo até irônico:

O autor do livro [O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus, do batista Ricardo Pitrowski, que Christianini refuta inapelavelmente em sua obra] . . . defende o dispensacionalismo e crê que, depois de Cristo a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulou-a, destruiu-a. Afirma que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. . . . Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça. E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram no tempo patriarcal e posterior não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou--se como querem alguns--os pecadores do Velho Testamento se teriam salvo pelas obras da lei, forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvo pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna. . . . Seria concebível?

Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separadas pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. . . . Diz a Bíblia que a graça vem de “tempos eternos” (Rom. 16:25), que o “Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:8), e que “a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (II Tim. 1:9). Portanto, os pecadores sob o Velho Testamento também se salvaram pela graça. . . .

Abraão foi salvo pela graça, Gál. 3:8; Rom. 4:3. Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. Rom. 4:6. A graça está estendida a TODOS os homens. Tito 2:11; Rom. 5:18. Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gên. 3:15. . .- Subtilezas do Erro, 1a. edição, págs. 84 e 85.

O quinto dilema dos que advogam a teoria da abolição do decálogo divino é a evidente contradição e falta de lógica em seu raciocínio sobre a “restauração dos mandamentos no Novo Testamento”.

Se todos os mandamentos foram abolidos na cruz, mas sendo depois restaurados no Novo Testamento (menos o 4º.), imaginemos uma situação incrível que se estabeleceria: O 5º. mandamento foi de embrulho com todos os demais regulamentos morais e cerimoniais quando Jesus exalou o último suspiro e declarou, “Está consumado”. Daí, no minuto seguinte qualquer filho de um seguidor de Cristo poderia chutar a canela de seu pai ou mãe, xingá-los, desobedecê-los e desrespeitá-los livremente, eis que o 5o. mandamento só foi “restaurado” quando Paulo se lembrou de referi-lo, escrevendo aos efésios, e isso no ano 58 AD (ver Efés. 6: 1-3)! E, pior ainda, os termos do mandamento “não matarás” só foram reiterados por Paulo em Romanos 13:9, no ano 56 ou 58 AD (bem como “não adulterarás”, “não furtarás”, “não cobiçarás”. . .).

Ou seja, por quase 30 anos os filhos dos cristãos não tinham que respeitar os pais, pois o 5º. mandamento só é restaurado após umas três décadas, e mesmo assim só para os efésios. Muitas décadas mais se passaram até atingir toda a comunidade cristã para cientificar-se da necessidade de os filhos respeitarem seus pais! Além de os cristãos poderem matar uns aos outros, etc., nesse mesmo período “sem a lei”. . . Faz sentido isso tudo?

Por aí se vê a enrascada em que se mete quem contraria o “assim diz o Senhor” das Escrituras.

Passemos, porém, para outro dilema, o sexto: não saberem definir a terminologia paulina ao tratar do tema da lei em suas epístolas e fazerem grande confusão a respeito. Isso é perigoso, pois Pedro já advertira que “Paulo escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, e ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles”. E recomenda logo a seguir: “Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza” (2 Ped. 3:15-17).

Esses “apologistas cristãos” se atrapalham muitas vezes com a rica terminologia paulina em Romanos, Gálatas, Efésios porque Paulo usa várias expressões no seu debate sobre lei-graça, fé-obras, pecado-justiça (como “lei de Cristo”, ou “da graça”, ou “da fé”, ou “do espírito de vida”, “ou do pecado e da morte”). Não percebendo o recurso retórico de seu uso não se dão conta de que “a lei do pecado e da morte”, por exemplo, é como Paulo se refere à ação do pecado, não uma designação à lei de Deus sobre a qual ele declarou: “com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne da lei do pecado” (Rom. 7:25). Este texto e outros em que Paulo exalta a lei de Deus como “santa, justa, boa, espiritual” na qual tem “prazer” (vs. 12, 14, 16, 22) não condizem com a tese da “lei abolida”. Iria Paulo ter prazer numa “lei do pecado”, inteiramente abolida?

Sem falar em Rom. 3:31: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei”. Esta é um claro texto em que Paulo demonstra que sendo a salvação inteiramente pela fé, não ficam os redimidos sem a lei de Deus como sua norma de vida. Esses negadores da validade de tal lei simplesmente não sabem o que fazer com este texto diante das teses que advogam. E ainda vem logo a seguir Rom. 8:3 e 4, 7 e 8 que são versículos dos quais fogem, como “o diabo foge da cruz”. . .

O sétimo dilema desses negadores da validade da lei divina é não conseguirem comprovar que no Novo Concerto há uma “nova lei” que nada tem a ver com o Decálogo, para o cristão, sendo mais “user friendly”. Contudo, a Bíblia indica que o novo concerto tem por base não outra, mas a mesma lei moral dada a Israel.

Vejamos um importante texto, de Hebreus em que, longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei divina básica expressa no Velho Testamento, o autor bíblico mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes:

Agora, pois, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também mediador de superior aliança, instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito, pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo (Heb. 8:6-10; cf. 10:16).

Em 2 Coríntios 3:1-11 Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma “carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações”.

No novo concerto, firmado sobre “superiores promessas”, Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6). Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos, além de Hebreus 10:16, que confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança. Os leitores cristãos-hebreus da epístola entenderiam muito bem a que lei divina se referem tais dizeres.

E até agora nenhum desses “apologistas cristãos” conseguiu responder de forma minimamente aceitável a nossa pergunta-desafio: onde é dito que quando Deus escreve a Sua lei nos corações e mentes dos que aceitam os termos do Novo Concerto, Ele deixa de fora o 4o. mandamento ou este consta tendo o domingo no lugar do sábado?

Outro dilema dessas pessoas é que o contexto de Hebreus capítulos 8 e 10 é claro ao definir que se aplicam ao novo “Israel” de Deus, aqueles da dispensação cristã. Para desconsolo de tais indivíduos o texto fala em “leis de Deus”, não “lei de Cristo”. Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”--não da “lei moral” (Efé. 2:11 a 22).

Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais (ver 1 Cor. 7:19).

[Conclui no próximo quadro]

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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:00


O oitavo dilema desses negadores da validade do Decálogo como norma de conduta cristã é que não sabem o que fazer com a norma sobre dia de repouso dentro da “nova lei”: ora dizem que os cristãos primitivos adotaram logo o domingo para comemorar a ressurreição de Cristo, mas por falta de comprovação bíblica dizem alternativamente que não há mais dia nenhum para observar, ou que o mandamento agora é o descanso num mero “dia em sete”, não necessariamente no 7º. dia, ou que o repouso na verdade significa simplesmente aceitar a Cristo, e assim por diante. Agora, se “qualquer dia serve”, por que não ficar logo com o que é claramente instituído na Bíblia, o 7º.?

Não há consenso entre os vários crentes e igrejas, algumas observando rigorosamente o domingo, outras não dando muito valor ao dia, sendo usado apenas como o “horário do culto”, ou não tendo qualquer escrúpulo por dia algum. Mas Jesus disse que “o sábado foi feito por causa do homem [não do judeu]” (Mar. 2:27) e João revela, na introdução de seu livro profético, que tinha um “dia do Senhor” que dedicava a Deus (Apo. 1:10).

Que João não se refere ao domingo fica claro pelo fato que, ao escrever o seu evangelho na mesma época, refere-se ao dia da Ressurreição simplesmente como “primeiro dia da semana”, sem nenhuma indicação especial quanto ao dia (ver João 20:1).

O nono dilema dos advogados do fim de toda a lei (moral, cerimonial, civil) na cruz é que, percebendo não haver fundamentação bíblica segura para sustentar a guarda do domingo (por isso nem todas as igrejas e/ou seus membros o adotam) recorrem a textos patrísticos inteiramente isolados de sua contextuação, ao mesmo tempo em que buscam ignorar os resultados do trabalho realmente erudito, profundo e reconhecido por autoridades tanto católicas quanto protestantes do Dr. Samuele Bacchiocchi dentro do próprio Vaticano, e o de outros pesquisadores sérios.

Citar Barnabé, Tertuliano, Justino Mártir, Eusébio pode parecer muito impressionante, mas se não se levar em conta a verdadeira contextualização histórica desses escritos, tais declarações omissas haverão de ser enganosas, como de fato se dá.

Também os que citam tais autoridades não mencionam TODAS, pois deixam de fora Sozomen, Sócrates, Epifânio, não explicam a origem do Domingo de Páscoa em substituição da regra de observar-se a Páscoa em 14 de Nisã como os judeus, ignoram as razões da famosa Controvérsia Quatrodecimana ou das medidas antijudaicas do Imperador Adriano em 135 AD e seus desdobramentos para a igreja cristã a partir de Roma*. Tudo isso merece séria pesquisa. . .

O décimo dilema dos que pregam o fim do Decálogo divino na cruz é que precisam recorrer à pura e simples mentira para promoverem a falsa equação: “Observância do sábado = justificação por obras”. Ou seja, insinuam insistentemente que quem deseja observar o sábado do sétimo dia é por estar querendo salvar-se pelas obras da lei!

Apesar de lhes terem sido apresentadas as POSIÇÕES OFICIAIS das igrejas observadoras do sábado sobre a salvação pela graça, nunca pelas obras da lei, esses “apologistas cristãos” passam por alto tais fatos devidamente documentados e partem para a repetida, injusta e falsa alegação de que todos os que ensinam e praticam a guarda do sábado do 7º dia pregam a salvação pelas obras da lei, sendo, portanto, legalistas.

Há, porém, duas simples razões pelas quais demonstramos ser isto uma falsidade caluniosa:

1o. -- É antibíblico: Crer em salvação ainda que parcialmente pelas obras e ensinar isso choca-se com o teor todo do que as Escrituras ensinam, e os adventistas e demais observadores do sábado conhecem muito bem suas Bíblias para incorrerem em erro tão primário. Sabemos o que Paulo diz em Romanos, Gálatas, Efésios, e não iríamos jamais contrariar tão claras exposições do apóstolo. Ademais, no exame dos textos de Efés. 2:8 e 9, tão citados em círculos evangélicos, não podemos nos esquecer do verso seguinte, o 10. . .

2o. -- É desnecessário: Não há nenhuma condição sine qua non para quem observa o mandamento do sábado de crer em salvação por obras por sua prática de guardar o dia do Senhor bíblico. Ou seja, não precisamos apelar a essa posição antibíblica de salvação por obras para defender a vigência e guarda do sábado, tanto quanto os demais cristãos não obtêm mérito por não adorarem imagens, por exemplo. Assim, se os evangélicos respeitam os termos do mandamento contra as imagens, acaso com isso se tornam legalistas e obtêm salvação por cumprir tal obra? Claro que não. O mesmo raciocínio se aplica à questão do sábado e a todos os demais mandamentos da lei divina.

Sendo que estão perfeitamente avisados dos fatos, se insistem com tais insinuações caluniosas, o que praticam é o puro e simples “falso testemunho contra o . . . próximo”. Como, porém, teimam em ensinar que os Dez Mandamentos não são mais norma de conduta cristã, tendo sido inteiramente abolidos, e, como lembra um deles, “Abolir significa: ‘Revogar, anular, extinguir, suprimir’”, dá para compreender o porquê de tais atitudes. O que fazem é, como se diz, despejarem o bebê junto com a água do banho!

Se o Decálogo foi revogado, anulado, extinto, suprimido, claro. . . foi por água abaixo o seu 9º mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxo. 20:9). Agora, sim, isso faz perfeito sentido! Estão explicadas estas atitudes deploráveis de falsas acusações desses “apologistas cristãos”.

O problema para essa gente é o que encontramos em Apocalipse 21:8 onde é dito sobre “. . . todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.

Deus tenha deles misericórdia e faça-os despertarem à realidade (e à verdade) enquanto é tempo![/size]
________

* Quem desejar estudos mais detalhados sobre os dados históricos que comprovam a real origem da observância dominical basta solicitar que remetemos a síntese das pesquisas do Dr. Samuele Bacchiocchi dentro do próprio Vaticano. Basta solicitar o material pelo e-mail azenilto@yahoo.com.br
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:25

10 Fatores Que Comprovam Existir “Divisão” das Leis

Os que negam haver distinção bíblica sobre leis que devem ser cumpridas, e leis que não mais se deve cumprir alegam que não há nas Escrituras termos tais como “lei moral”, “lei cerimonial”, “lei civil”. Então, pela ausência de tal terminologia pretendem “provar” que as leis bíblicas formam um só “pacote” legal, juntas abolidas na cruz.

Só que temos um fato muito estranho nessa “abolição” (cinicamente às vezes sendo dito que a lei não foi “abolida” e sim “cumprida”, mas com o mesmíssimo sentido de abolir): dos 10 mandamentos abolidos, NOVE permaneceram intactos, prosseguem tão válidos e vigentes como sempre! Que abolição de lei mais pífia!

Mas não é necessário ir à caça de terminologia específica para muitas coisas na Bíblia que tantos milhões de cristãos sempre aceitaram naturalmente, como onisciência, onipresença, onipotência, teocracia, Trindade. . . E daí, vamos negar esses conceitos por não existirem palavras que os definam nas Escrituras? Temos que nos preocupar com fatos, não com palavras. E os fatos que temos para demonstrar que há realmente essa “divisão” das leis, são, entre outros:


1 O próprio Deus dividiu as leis, pois pronunciou solenemente aos ouvidos do povo tão-só os 10 Mandamentos como base do concerto especial que propunha àquele povo.

Obs.: Foi a primeira e única vez que a voz de Deus foi ouvida por um grande número de pessoas reunidas (Êxo. 19 e 20).

2 Após pronunciar os 10 Mandamentos, Deus “nada acrescentou” (Deu. 5:22). Os que querem acrescentar as leis de outro caráter a esse código especial estão indo além do que está escrito e do que Deus fez.

3Deus mesmo escreveu esses 10 Mandamentos, pronunciados primeiro audivelmente à multidão reunida no Sinai, em duas tábuas de pedra, com o Seu próprio dedo (Êxo. 31:18).

Obs.: É muitíssimo significativa essa atitude divina de fazer questão de escrever tal código nas tábuas de um material que representa perpetuidade--pedras!

4 - As demais leis foram todas ditadas a Moisés noutra ocasião para que as escrevesse em rolos (Êxo. 34:27 e textos anteriores).

5As tábuas de pedra foram postas dentro da arca (Deu. 10:2) enquanto os livros com as demais leis deviam ser guardadas fora da arca (Deu. 31:26).

6 - O apóstolo Paulo mesmo se expressa dividindo as leis, pois ele comenta sobre leis que antes eram importantes, mas não mais o são, ressaltando que o que agora importa é “obedecer aos mandamentos de Deus” (1 Cor. 7:19).

Obs.: Os leitores primários de Paulo sabiam a que “mandamentos de Deus” ele se referia, pois em Romanos 7:7 e 8 ele deixou isso claro, referindo-se a um mandamento específico do Decálogo. E diz no vs. 25 que com sua mente SERVIA “à lei de Deus”, que é a mesma que continha o mandamento “não cobiçarás”, dos vs. acima referidos.

7Paulo fala sobre a lei como abolida e como confirmada, num contraste evidente (ver Efé. 2:15 e Rom. 3:31). A única maneira de entender isso é percebendo que ele trata de leis de características e funções diferentes.

8Em Hebreus caps. 7 a 10 é mostrado o sentido dos vários ritos e leis sacerdotais de Israel e como foram abolidas, mas em 8:6-10 é dito que Deus escreve o que é chamado de “Minhas leis” nos corações e mentes dos que aceitam esse novo concerto [Novo Testamento], o que indica, logicamente, haver coisas da lei abolida (a parte cerimonial) e coisas confirmadas na passagem do Velho para o Novo Concerto (as leis divinas que não seriam abolidas por não terem caráter prefigurativo, ritual).

9João viu no céu a arca do concerto, que certamente contém os originais da lei (Apo. 11:19), o que não faria sentido se fosse uma lei faltando algum mandamento tal como dados por Deus, ou tendo algum deles alterado em seu teor.

10Os documentos e grandes próceres cristãos SEMPRE entenderam essa questão exatamente assim, embora na tremenda lavagem cerebral dos novidadeiros do semi-antinomismo dispensacionalista fica a falsa impressão de que o que ensinam é que sempre se constituiu no entendimento cristão evangélico da questão. Basta conferir suas Confissões de Fé, Credos e Catecismo históricos para se constatar isso, nos capítulos sobre a lei divina.


Ponderação final:

Há uma seqüência de passagens onde a divisão de leis é estabelecida pelo próprio apóstolo Paulo:

* “A circuncisão nada é, também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus.” -- 1 Coríntios 7:19

* “Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura” -- Gálatas 6:15.

* “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor”. -- Gálatas 5:6.

Esta seqüência de textos torna claro que para Paulo as questões rituais da lei não são relevantes, mas o importante é observar os mandamentos que não pertencem a esse aspecto, da lei cerimonial.

Observemos a coerência de seu raciocínio: O “ser nova criatura”, equivale a demonstrar uma “fé que atua pelo amor”, o que se expressa em “guardar os mandamentos de Deus”.

Há, pois, perfeita harmonia no entendimento dessas questões.
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:47

10 RAZÕES POR QUE A “LEI DE CRISTO” E A “LEI DE DEUS” SÃO UMA SÓ E A MESMA
Disse Jesus: “Eu o Pai somos um” (João 10:30)
1 – Porque não há qualquer evidência bíblica de que haja uma “lei de Cristo” que tenha tomado o lugar da “lei de Deus” e os que fazem essa interpretação simplesmente partem de inferências e hipóteses indemonstráveis.

Obs.: Uma interpretação popular e comum é de que agora o cristão seria regido por uma “lei de amor”, segundo Cristo ensinou como “novos mandamentos” (Mat. 22:36-40). Só que basta comparar tais textos com Deuteronômio 6:5 Levítico 19:18 para ver que Ele apenas reitera o que Moisés já havia dito. Claro, as leis de Deus SEMPRE tiveram por base o duplo princípio de “amor a Deus” e “amor ao próximo”.

2 – Porque Paulo se refere à “lei de Deus” de forma normal, dizendo que com a mente a servia e que tem prazer nela, e a conserva na mente, e que a “inclinação da carne” não está sujeita à lei de Deus, etc. (Rom. 7:22, 25; 8:7 e 8). Ele ainda fala em “lei de Deus”, “mandamentos de Deus”, coisas que já teriam sido ultrapassadas na interpretação antinomista e semi-antinomista, e emprega o tempo verbal presente o tempo todo nas passagens citadas.

Obs.: Pela tortuosa interpretação dos antinomistas e semi-antinomistas, ele devia concentrar-se em falar somente em “lei de Cristo”daí em diante, e ao falar em “lei de Deus” devia indicar isso pelo uso do pretérito, não do tempo verbal presente.

3 – Porque Paulo enumera normalmente os mandamentos do Decálogo (“lei de Deus”) indicando-os aos cristãos de Roma como devendo ser obedecidos segundo o princípio do “amor”, em vez de falar em mandamentos da “lei de Cristo” (Rom. 13:8-10). No vs. 9 ele mostra que está tomando a parte pelo todo ao dizer que “se houver qualquer outro mandamento. . .” Ele sabia haver não “outro”, mas “outros”.

Obs.: Paulo certamente não julgou necessário citar um por um dos mandamentos, pois o seu objetivo nessa passagem não é “revalidar” mandamentos, tornando-os vigentes aos cristãos.

4 – Porque Paulo lembra aos crentes de Éfeso mandamentos do Decálogo (citando especificamente o 5o., 8o., 9o. e 10o. mandamentos— Efé. 6:1-3; 4:25-31) como sendo ainda válidos e vigentes.

Obs.: Ele devia apelar-lhes para respeitarem os mesmos princípios segundo um código diferente, que seria a “lei de Cristo”, caso as interpretações erradas referidas tivessem fundamento.

5 – Porque Paulo fala que importa agora obedecer os “mandamentos de Deus”, e não “os mandamentos de Cristo” (1 Cor. 7:19).

Obs.: Para ver o que os leitores contemporâneos de Paulo entendiam com esta linguagem de “mandamentos de Deus” basta ler Romanos 7:7-13 e claramente se percebe que são os mandamentos do Decálogo. Claro que isso ainda inclui outros deveres, como “pregar o evangelho a todo o mundo”.

6 – Porque João fala da “lei de Deus” e da “lei de Cristo” intercambiavelmente em suas várias epístolas (ver 1 João 2:7; 3:21-24; 4:7-12, 21).

Obs.: Ele não deixa a minima pista de que haja qualquer contraste entre ambas.

7 - Porque João no Apocalipse diz claramente que os fiéis filhos de Deus se caracterizam como aqueles que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 14:12), em vez de falar dos que “guardam os mandamentos de Cristo”.

Obs.: Claro, são os mesmos, não havendo essa dicotomia artificial que se quer criar entre “mandamentos de Cristo” e “mandamentos de Deus” (ou “lei de Cristo/lei de Deus”).

8 – Porque em Hebreus 8:6-10, ao falar da passagem do Velho para o Novo Concerto, esta importante passagem trata das “Minhas leis” (de Deus), que são escritas nos corações e mentes dos que aceitam esse Novo Concerto [Novo Testamento], e não “leis de Cristo”.

Obs.: Este tópico é importantíssimo pois mostra como no Novo Testamento o cristão terá a “lei de Deus” escrita nos seus corações e mentes, e é aquela que Paulo mesmo ilustrou como estando nos corações de carne dos que são de Cristo (2a. Cor. 3:2-6). Ele usa a mesma ilustração de Ezequiel 36:26, 27, e certamente ao tratar de “tábuas de pedra/tábuas de carne” tinha em mente o CONTEÚDO TODO das tábuas de pedra transferido para as tábuas de carne dos corações. Do contrário, nem faria sentido ele usar a mesma metáfora de Ezequiel que, certamente, tinha em mente 10 preceitos das tábuas de pedra, não somente 9.

9 – Porque Tiago menciona os mandamentos do Decálogo (que seria a “lei de Deus”) como normativos aos cristãos, em vez de concentrar-se em falar em “lei de Cristo” (Tiago 2:10-12).

Obs.: Alguns entendem às avessas as palavras de Tiago, pensando que ele está dizendo que já que ninguém obedece plenamente os mandamentos, pois se tropeça num, falhou em todos, então ficamos dispensados dos mesmos. É exatamente o contrário, pois o que Tiago diz é reflexo do que Cristo disse em Mateus 5:48: “Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. E lembremo-nos que quando Tiago escreveu sua epístola, ele e seus leitores primários sabiam que a parte cerimonial da lei já não mais valia.

10 - Porque João, num contexto em que fala intercambiavelmente de Deus e de Cristo, quando definindo o pecado diz que é “transgressão da lei” (1 João 3:4), não especificando falar em “lei de Cristo”.

Obs.: Esta definição bíblica de pecado é curiosamente evitada pelos da linha semi-antinomista dispensacionalista. Parece que não gostam nem um pouco do texto como aparece em inúmeras versões internacionais, definindo pecado como “transgressão da lei”. De que lei seria pecado uma transgressão? Da lei da oferta e da procura? Da lei do menor esforço? Da lei da gravidade? Quem souber responder estas perguntas saberá o que está mesmo sendo dito pelo Apóstolo de Cristo.
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:55

10 Tópicos Para Melhor Entender a Questão da Lei e Graça

COMO ENTENDER AS CONFLITANTES DECLARAÇÕES DE PAULO E TIAGO SOBRE LEI E GRAÇA, FÉ E OBRAS, JUSTIFICAÇÃO E SANTIFICAÇÃO
Nesta seqüência de 10 itens a proposta é de um estudo racional e objetivo da questão da lei divina em face da mensagem da salvação pela graça, um tema muitas vezes mal compreendido pelos cristãos em geral. O apóstolo Paulo claramente diz que a salvação é tão-só pela fé, sem qualquer mérito humano (Efés. 2: 8 e 9). O profeta Isaías já dissera que até nossas obras de justiça são meros “trapos de imundície” (Isa. 64:6). Nenhuma obra realizada pelo homem é aceitável a Deus—cuja lei é “perfeita” (Sal. 19:7)—em termos de obter méritos para a salvação. Até nossas orações, um ato tão santo de fervor religioso, só conseguem ser ouvidas pela intercessão do Espírito Santo (Rom. 8:26).

Mas após falar da salvação em nada dever-se às obras em Efésios 2:8 e 9, Paulo acrescenta no verso 10: “Somos feituras dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Tiago lembra que “a fé, se não tiver obras, é morta” (2:17) e Jesus também declarou: “Se me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).

Assim, temos uma clara tensão entre o salvar-se pela fé, independentemente das obras da lei, mas a necessidade de demonstrar essa fé pela fiel obediência à lei. Como entender isso?

Introdução
O tema da lei divina em confronto com o da graça não poderia deixar de surgir em matérias teológicas, páginas de ministérios de “apologia cristã” e confronto de idéias em fóruns evangélicos. Todavia, já que prometemos tratar do assunto, temos que primeiramente levantar esta indagação pertinente e abrangente do que será tratado neste estudo:

* As leis do Velho Testamento são, de fato, caducas e não mais aplicáveis aos cristãos sob o novo concerto?

1) A resposta é—sim e não. Há leis que caducaram por cumprirem sua função prefigurativa, como as regras sobre ofertas de cordeiros e manjares, os sacrifícios e normas várias para sacerdotes e povo. Quando João Batista apontou a Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) lembrava aos ouvintes o sentido dos muitos cordeiros sacrificados pelos israelitas como expiação dos pecados. Eram o antitipo do grande Tipo, Jesus Cristo.

Contudo, se há leis de caráter temporário, também as há de caráter perene, que se caducassem trariam somente o caos a nível público e privado: “Honra o teu pai e a tua mãe”, “não matarás”, “não furtarás”, “não adulterarás”. . . Esses preceitos são lembrados pelos vários autores neotestamentários como normativos aos cristãos (ver Efés. 6:1 e 2; Tia. 2:8-10). Paulo deixa isso claro ao mostrar a validade de algumas regras e nulidade de outras para os cristãos, como veremos mais adiante.

As leis bíblicas dividem-se em categorias claras quanto a seus objetivos e vigência. Ao longo dos séculos documentos e autores cristãos têm definido essas leis como sendo moral (expressa nos Dez Mandamentos), cerimoniais, civis, higiênicas, etc. As mais representativas Confissões de Fé da cristandade, tanto protestante quanto católica, sempre ensinaram essa “divisão” das leis nesse sentido, como é claramente apresentada na Confissão de Fé de Westminster, na Confissão de Fé Batista de 1689 e nos 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra.

Há quem alegue que a Bíblia trata da “lei” como um só “pacote” indivisível, mas a “divisão” das leis é óbvia: Deus proclamou sobre o Sinai, aos ouvidos do povo reunido, somente os Dez Mandamentos, depois os transcrevendo nas tábuas de pedra, e “nada acrescentou” (Deu. 5:22). Todas as demais regras cerimoniais, civis, higiênicas, etc., foram ditadas para Moisés noutra ocasião, para transcrevê-las nos rolos da lei.

Conclusão: Há mandamentos que eram importantes, mas não devem mais ser cumpridos, e mandamentos que importa obedecer, como Paulo mostra numa clara “divisão” da leis bíblicas ao dizer em 1 Cor. 7:19: “A circuncisão nada é, e também a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus”.

2)Eruditos evangélicos modernos e antigos, bem como confissões de fé históricas (inclusive alguns dentre os principais Reformadores) têm o Decálogo na conta de norma válida de conduta cristã. Em suas confissões de fé eles jamais alegam que a lei divina foi abolida, substituída por uma “lei de Cristo” (supostamente menos rigorosa) nem levantam a tese de que observar esses mandamentos seria estar apegando-se à “letra da lei” em lugar de inspirar-se apenas em seu “espírito”. Antes, definem as leis divinas como tendo preceitos cerimoniais, civis e morais, estes últimos sintetizados nos Dez Mandamentos.

Entre as declarações eruditas e credos da cristandade com essas claras posições citamos o popular Dicionário da Bíblia de John Davis, a Segunda Confissão Helvética da Igreja Reformada, de 1566; os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (de 1571) em seu Artigo VII; os Artigos de Religião Irlandeses (1615); a Confissão de Fé de Westminster (1647); a Declaração de Savóia das Igrejas Congregacionais (1658); a Confissão Batista de 1688 (Filadélfia) com base na confissão de 1677 de Londres; os Artigos Metodistas de Religião (1784); o Pequeno Catecismo presbiteriano, etc. e autores tais como Spurgeon, Wesley, e mais modernamente Billy Graham, Orlando S. Boyer, Harold Brokke, Antônio Neves Mesquita, Pr. Myer Pearlman, Pr. Nilson do Amaral Fanini e vários outros de diferentes denominações evangélicas.

Em hinários de batistas, presbiterianos, congregacionais, metodistas, etc., como o Salmos e Hinos, Cantor Cristão, Harpa Cristã, acham-se hinos de louvor a Deus falando da lei de Deus como norma vigente para todos. Um desses hinos chega a dizer: “Salvação por homens dada, paz fingida, paz comprada, lei de Deus falsificada, tudo rejeitai! Lei de Deus não muda, o Senhor ajuda a quem cumprir sem desistir. . .”

Conclusão: Grandes eruditos cristãos e credos da cristandade sempre reconheceram os diferentes tipos e objetivos das leis divinas segundo seus aspectos civis, cerimoniais, higiênicos. São códigos diversos regidos pela lei moral básica, tal como a Constituição é a “Carta Magna”, base de toda a legislação civil com seus muitos códigos (Código Criminal, Código Comercial, Código Trabalhista, etc.). Os códigos podem ser abolidos e mudados, o que não interferirá na Constituição, enquanto se esta for alterada, afetará tudo o mais.

3) Faz-se necessário que os cristãos entendam melhor os conceitos de justificaçãoe santificação. A justificação é inteiramente pela fé e por ela é que se estabelece “paz com Deus” (Rom. 5:1). Significa a obra de Deus por nós para a salvação, centralizada na cruz de Cristo. Em conseqüência da aceitação desse fato, dá-se a regeneração, ou novo nascimento, iniciando-se daí o processo de santificação, que representa a obra de Deus em nós por conceder-nos o Seu Espírito e derramar o Seu amor em nossos corações (Rom. 5:5). Trata-se de uma obra vitalícia de crescimento gradual e contínuo na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Ped. 3:18)—conseqüência, não base, da experiência de salvação.

Conclusão: A obediência aos mandamentos da lei de Deus situa-se no campo da santificação, e não da justificação. Significa a aceitação de Cristo como Senhor após tê-Lo aceito como Salvador.

4)O princípio da genuína obediência, que resume o teor de todos dos mandamentos divinos, é o amor. Assim Jesus resumiu (não substituiu) os mandamentos em a) amar a Deus sobre todas as coisas e b) amar ao próximo como a nós mesmos. Ele está citando declarações do Velho Testamento (Mat. 22: 34-36, cf. Deu. 6:5; Lev. 19:18). O mesmo princípio básico de amor é também o do Seu “novo” mandamento: João 13:24.

Conclusão: Sobre esse princípio moral do amor é que se constroem os concertos, tanto o novo quanto o velho (ver também Rom. 13:8-10). As leis divinas sempre, em todos os tempos, se basearam no amor.

[Prossegue no próximo quadro]
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:57

[Continuação do quadro anterior]

5)Certos expositores bíblicos fazem grande confusão em púlpitos, prelos e processadores de texto quanto ao tema da lei nas epístolas paulinas. Essa incompreensão é perigosa, à luz de 2 Pedro 3: 15 e 16, pois os que assim agem são chamados de “ignorantes”, “instáveis” e “insubordinados”. Não percebem o sentido das palavras do apóstolo Paulo quando fala negativamente sobre a lei em alguns textos, tratando, porém, dela noutros lugares em termos positivos e citando seus mandamentos como válidos. Isso se deve entender à luz dos conceitos de justificação pela fé e santificação. Vejamos estes paradoxos bíblicos:

a) Textos em que Paulo trata “negativamente” da lei: Rom. 3: 20-24; 5:20; 6:14, 15; 7:6; 8:3; Gál. 2:16-19; 3:10-13; 5:4; Efé. 2:7, 8; 15.

b) Textos em que Paulo confirma a validade da lei como normativa aos cristãos e a exalta, dizendo que nela tem “prazer” e com a mente a serve: Rom. 3:31; 7: 7, 14, 22, 25; 8: 4; 13:9-10; 7:19; Gál. 5:14; Efé. 6:1, 2.

Como entender isso? A explicação é simples—os que têm a lei como fonte ou meio de salvação, colocando sua obediência na área da justificação, só podem estar sob a sua maldição pois “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rom. 3:20 e 7:7), e podem até vir a perder a salvação se antes estivessem firmados na graça: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gál. 5:4). Deixando de confiar nos méritos de Cristo por incluir suas obras como meio de salvação, negam sua experiência de genuína fé na obra completa, perfeita e meritória de Cristo para a salvação de todo o que crê. Por tal razão é que Israel tropeçou, como continuamente Paulo destaca em seus escritos (ver Rom. 9:30-32).

6) Dois episódios ilustram a harmonia entre a lei e a graça tanto no Velho quanto no Novo Testamento:

a) No Velho Testamento: Ao proclamar solenemente a lei dos Dez Mandamentos no Sinai Deus declarou, antes mesmo de pronunciar o primeiro mandamento: “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito” (Êxo. 20:2). Esta é uma revelação de Sua graça. Segue-se a enunciação da lei nos vs. 3 a 17.

b) No Novo Testamento: Ante a mulher pecadora Cristo primeiro apresentou-lhe Sua graça perdoadora—“Nem eu tão pouco te condeno”. A seguir, apresenta-lhe a lei: “vai e não peques mais” (João 8:10, 11).

Assim, a obediência aos mandamentos de Deus (obras) não contraria o princípio de justificação pela fé somente, antes é sua conseqüência, situando-se no campo da santificação. Daí a declaração do apóstolo Tiago: “A fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17, cf. Efé. 2:10).

Conclusão: Como dois trilhos de uma ferrovia correm paralelamente e dão o equilíbrio necessário para o avanço da composição, assim se dá com a graça e a lei, a fé e as obras, a ação de Deus e a resposta do homem no processo de justificação, santificação até a glorificação final.

7) Um fator de incompreensão do tema das leis bíblicas é o que Paulo diz em 2 Coríntios 3 sobre “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” em contraste com o “ministério da justiça”, pelo qual os cristãos se apresentam como cartas escritas “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (vs. 8 e 3).

Paulo contrasta quem vivia sob “condenação”, por não ter obtido salvação em Cristo, com quem aceitara os termos do novo concerto, logo, tendo a lei divina, não só como letras gravadas em pedras, mas escrita no coração pelo Espírito de Deus, segundo a promessa desse novo concerto (Heb. 8:6-10). Davi fala de tal experiência no Salmo 40:8 e 119:11. E Paulo utiliza a mesma metáfora “tábuas de pedra/tábuas de carne” de Ezequiel 36:26, 27, com o que envolve todo o conteúdo do que constava da lei nas tábuas de pedra. Do contrário, o seu uso de tal ilustração nem faria sentido, pois Ezequiel não excluiu mandamento nenhum ao empregá-la primeiro.

Os que viviam sob o “velho concerto” eram os mesmos que Cristo tanto criticou, por se preocuparem mais com a letra “que mata” do que com o espírito da lei, como na prática do dizimar (Mat. 23:23). Cristo não os condenava por dizimarem, mas por se preocuparem tanto com as tecnicalidades do ato, no dividir o endro, a hortelã e o cominho, que perdiam de vista os aspectos espirituais da ordenança.

O ex-fariseu Paulo não viveu em época tão posterior à de Cristo, e conhecia bem a mentalidade de seus ex-companheiros de fé. Confundir a lei, que ele considerava santa, justa, boa, prazenteira, e à que servia, e “boa se alguém dela usar legitimamente” (Rom. 7:12, 14, 22, 25; 1 Tim. 1:8) com um “ministério da condenação” não faz sentido. Iria Deus mandar reunir Seu povo para o solene evento da entrega da lei, e oferecer-lhe uma lei de morte?! Ademais o problema desse “ministério de morte” não estava na lei, que é perfeita (Sal. 19:7), e sim no povo, que não percebia o caráter mais profundo e espiritual da mesma.

Conclusão: Deve-se entender a diferença entre “lei”, “concerto” e “ministério do Espírito” e “ministério da condenação” para perceber que Paulo não está diminuindo a importância da lei moral como norma de conduta cristã, em 2 Coríntios 3, e sim contrastando atitudes quanto à lei—viver sob o regime do velho concerto, mais preocupados com a letra, com a vida dos cristãos que compara com cartas escritas com o Espírito divino, tendo a lei, não como letras nas frias tábuas de pedra, mas registrada em seus corações aquecidos pela divina graça (ver Rom. 8:3 e 4 e Sal. 40:8). E ao utilizar a metáfora “tábuas de pedra/tábuas de carne” Paulo claramente pensa em termos de todo o conteúdo das tábuas de pedra transferido para as tábuas de carne do coração.

8) Longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei moral divina básica expressa nos Dez Mandamentos, em Hebreus 8:6-10 e 10:16 aprende-se que Deus escreveria as Suas leis nos corações e as imprimiria nas mentes dos que aceitassem os termos desse Novo Concerto (Novo Testamento). Estas são as “superiores promessas” do novo concerto, quando a divina lei é transferida das frias tábuas de pedra para ser gravada nos corações aquecidos pela graça (ver Heb. 8:6).

Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos. Hebreus 10:16 confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança. Os leitores hebreus-cristãos da epístola entenderiam isto perfeitamente. E a promessa de assistência divina para obediência a essa lei acha-se também em Ezequiel 36:26, 27.

Ademais, em Hebreus 9:15-17 lemos que com a morte de um testador, fica selado o testamento, que não mais pode alterar-se. Logo, com a morte de Cristo, o divino Testador, não pode ter havido mudança, seja do sábado pelo domingo, seja do sábado pelo dianenhumismo/diaqualquerismo/tododiaísmo.

Conclusão: O contexto destes versos (capítulos 8 a 10 de Hebreus) claramente define que se aplicam ao Israel expandido, todos quantos na dispensação cristã são descendentes de Abraão pela fé (Gál. 3:7 e 29). Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”—não da “lei moral”, pertencendo todos agora à “comunidade de Israel” (Efé. 2:11 a 22). Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais.

[Conclui no próximo quadro]
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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 19:59


[Continuação do quadro anterior e conclusão do estudo]

9) Há quem ensine que a “lei de Cristo”, ou Seus mandamentos (como em João 14:15), nada tem a ver com o Decálogo sendo tal “lei de Cristo” a nova norma para os cristãos que traz somente nove dos 10 mandamentos da lei “antiga”, “caduca”, etc. (como se Cristo tivesse rompido com o Pai estabelecendo lei diferente). Embora fale repetidamente da “lei de Cristo”, Paulo também fala da “lei de Deus” com igual força de validade (comparar Rom. 7:22, 25; 13:8-10; com Gál. 6:2 e 1 Cor. 9:21).

Tiago fala da lei como baseada no amor, e a chama de “lei da liberdade” (Tia. 2:8-12). João fala da lei de Deus e de Cristo como se fossem uma só e a mesma, sem distinção, ao longo de suas epístolas, 1 e 2 João (ver, por exemplo, 1 João 2:7; 3:2-4; 21-24; 4: 7-11, 19-21; 5:1-3 e 2 João vs. 5 e 6).

No Apocalipse, o povo remanescente de Deus é caracterizado como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 12:17 e 14:12). João descreve uma visão que teve do Templo de Deus, dentro do qual contemplou “a arca da aliança” (Apo. 11:19). Aqueles que conhecem sua Bíblia sabem que nessa arca foram guardados os Dez Mandamentos (Deu. 10:1-5). Por que a João foi mostrada essa “arca da aliança” num contexto claramente escatológico? É que ela representa o trono de Deus que se assenta sobre a justiça (a lei) e a misericórdia (o propiciatório).

Conclusão: Lei de Cristo e lei de Deus são uma só e a mesma. Disse Jesus: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ele acentuou o princípio do amor a Deus e ao próximo como base de Seus mandamentos segundo os mesmos princípios básicos da lei de Deus desde o princípio (Deu. 6:5; Lev. 19:18, cf. Mat. 22:37-40). Para Paulo, estar “sob a lei de Cristo” é comparável a estar em harmonia com a lei de Deus (1 Cor. 9:21).

10) Ocorre às vezes um claro equívoco quanto ao teor dos debates de Cristo com os líderes judaicos sobre a validade de suas curas no sábado. Jesus SE DEFENDE da acusação de fariseus e saduceus (e certos religiosos contemporâneos da cristandade) de que violava o sábado esclarecendo ser LÍCITO (em harmonia com a lei) curar no sábado (Mat. 12:12). O que Cristo condenava não era a prática do sábado por eles, pois Ele próprio era um observador desse mandamento (Luc. 4:16), mas o espírito errado em que o praticavam. Por isso disse que “o sábado foi feito por causa do homem [não só do judeu] e não o homem por causa do sábado” (Mar. 2:27), além de declarar-Se “Senhor do sábado” (Mat. 12:8). O teor dos debates Dele com a liderança judaica não era quanto a SE deviam guardar o sábado, QUANDO deviam guardar o sábado, e sim COMO guardar o sábado no devido espírito.

Conclusão: Os líderes judaicos não pervertiam só o sentido do mandamento do sábado, mas também do 5º. mandamento, por exemplo (Mar. 7:8-10), como a prática do dizimar (Mat. 23:23), como visto acima. Cristo, porém, disse ao povo de Seu tempo que era para praticar o que eles diziam, embora sem seguir o mau exemplo deles de “faça o que eu digo, mas não o que faço” (ver Mat. 23:2 e 3). Entre as coisas certas que eles diziam estava a insistência na fiel observância do sábado (Luc. 13:14).


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MensagemAssunto: Re: Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino   Tema de "10 Tópicos" Sobre a Lei e Concerto Divino Empty1/9/2008, 20:04

10 PONTOS PARA UM POSSÍVEL CONSENSO NO DEBATE SOBRE A LEI DIVINA
Depois de uma longa discussão num fórum evangélico já extinto, no tópico “A Eterna Lei de Deus” com o participante R.G., que seguiu uma linha de raciocínio semi-antinomista mais ou menos segundo o que acima expusemos, tentamos apresentar uma série de pontos buscando encontrar elementos de consenso. Infelizmente, apesar de nossa insistência, o referido debatedor não quis manifestar-se, esnobou nosso apelo para considerar estes pontos abaixo. Resolvemos, então submetê-los a nossos irmãos deste grupo esperando que sirva para alguma reflexão proveitosa.

Na introdução de tal estudo eu disse: “De tudo quanto foi discutido creio que poderíamos ressaltar 10 pontos muito importantes, sobre os quais gostaria de indagar objetivamente ao R.G. se estaria disposto a admitir e com eles concordar. Seria uma bênção se pelo menos nestes pontos pudéssemos ter um consenso. Ou poderemos trabalhar as diferenças sobre cada um desses 10 itens que impediriam dito consenso, com ele também apresentando, se necessário, itens de proposta de pontos de consenso”:

1) A questão da obediência aos mandamentos divinos, ou tudo quanto Deus ordena, não visará à salvação em qualquer medida. Entra no campo da santificação (ou a "perseverança dos santos"), e não no da justificação, pois a lei em si nada transmite em termos de justiça. Entender o papel da lei como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” da mesma (1 Timóteo 1:8).

2) O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição como “nação teocrática”, não estava na lei, que é “perfeita”, “santa, justa, boa, espiritual, prazerosa” (Salmo 19:7; Romanos 7:12, 14, 22) e sim na atitude de auto-confiança do povo (“tudo que o Senhor falou, nós faremos”) quanto às suas possibilidades de obedecê-la plenamente.

3) Jesus Cristo ressaltou os princípios básicos da lei divina como sendo “amor a Deus sobre todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22:36-40). Paulo o confirma em Romanos 13:8-10 e ambos estes princípios sempre foram reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha “horizontal” [criatura-criatura] quanto “vertical” [criatura-Criador] de relacionamento.

4) Há preceitos de caráter cerimonial, civil e moral na lei divina independentemente de ocorrer tal linguagem “técnica” nas páginas bíblicas, fato reconhecido por Confissões de Fé e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente (como a “Confissão de Fé de Westminster” ou os “39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra”, por exemplo).

5) No sermão da montanha (Mateus 5 a 7), bem como no diálogo com o jovem rico (Mateus 19:16ss), ao Cristo tratar do verdadeiro espírito da lei Ele lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência.

6) Nenhum dos mandamentos do Decálogo tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos estrangeiros” (Isaías 56:2-8), e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso, daí porque “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27). As mais representativas Confissões de Fé históricas da cristandade protestante remontam o princípio do dia de repouso à criação no Éden.

7) No novo concerto os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus nos corações e mentes dos Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36:26, 27 e Jeremias 31:31-33 (cf. Hebreus 8:6-10 e 10:16).

8) Nos debates de Cristo com os escribas e fariseus sobre o sábado Ele está corrigindo a prática extremada e insensível deles do mandamento, e não combatendo ou desqualificando uma norma estabelecida por Ele próprio como Criador e Legislador (ver Mateus 12:1-12; Heb. 1:2).

9) João na introdução do Apocalipse (1:10) refere-se ao “dia do Senhor” como sendo um dia especial que dedicava a Deus, pois fala sobre isso na introdução de seu livro, ao situar-se no espaço (“ilha de Patmos”--vs. 9) e no tempo (“no dia do Senhor”). Portanto, ele mantinha um dia especial de observância, como estabelecido no 4o. mandamento da lei divina e é fato reconhecido pelas mais representativas “Confissões de Fé” históricas da cristandade protestante, reiterado por importantes próceres, autores e mestres desse meio.

10) A igreja primitiva sofreu influências negativas e acatou práticas e ensinos condenáveis após a passagem dos apóstolos, segundo profetizado por Paulo (Atos 20:29, 30, 2 Tessalonicenses 2:7), Pedro (2a. Ped. 2:1-3), processo que já se manifestava ao tempo em que João descreve algumas das sete igrejas às quais ele se dirige no Apocalipse, capítulos 2 e 3.
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